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Coordenação Nacional aprova: fortalecer e construir atos em 8 de março e 1º de maio

Realizada no formato online, a reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas reuniu trabalhadores de várias categorias na última sexta-feira (21) e sábado (22) para discutir as conjunturas internacional e nacional e traçar um plano de ação para fortalecer as lutas em defesa da classe trabalhadora.

Ao final dos debates, os delegados e delegadas aprovaram resoluções que apontam o posionamento da Central e um plano de lutas para o próximo período.

Apoiar e buscar a unificação de todas as lutas em curso, fortalecer os atos do 8 de Março – Dia Internacional das Mulheres e a luta contra escala 6×1, realizar atos classistas e independentes de governos e patrões no 1° de Maio e buscar a unidade de todos os que lutam estão entre as tarefas aprovadas.

Confira abaixo a íntegra da resolução:

  • Resolução de Conjuntura e Plano de Lutas – RCN fevereiro/2025

As análises da conjuntura nacional feitas em nossas últimas reuniões da Coordenação da CSP-Conlutas continuam pertinentes. O governo Lula segue governando de acordo com os interesses dos grandes capitalistas, ainda que, no discurso, tente afirmar o contrário.

A recente eleição dos presidentes da Câmara e do Senado, com o apoio do PT ao PL, confirma a continuidade da política de conciliação de classes por parte do governo, em vez do enfrentamento à ultradireita.

O pacote de ajuste fiscal aprovado no final do ano, com ataques ao BPC, ao abono salarial e cortes de investimentos em áreas como saúde e educação, agravou as condições de vida dos mais pobres. Medidas que, vale destacar, foram aprovadas pela ampla maioria dos parlamentares no Congresso, incluindo votos da extrema direita.

O governo Lula atravessa uma crise, com queda na popularidade em meio à crescente insatisfação social e à polarização política que segue acentuada, como demonstram as últimas pesquisas.

Os índices econômicos anunciados como “prósperos” não conseguem esconder a situação de penúria da maioria da população e a frustração com as promessas não cumpridas de melhoria na qualidade de vida. Mesmo a tímida medida, anunciada com pompa, de reajuste na faixa de isenção da tabela do imposto de renda até R$ 5.000 ficou apenas na promessa e foi postergada.

O ano começou com uma disparada no preço dos alimentos, despesas com IPVA e IPTU, além do aumento das passagens e taxas estaduais promovidas pelos diversos governos, gerando uma crescente insatisfação na população.

Em janeiro de 2025, a inflação do setor de alimentos registrou alta de 0,96%, marcando o quinto aumento consecutivo, segundo dados do IBGE. Destaques para a alta nos preços de produtos como tomate, café e o ovo. Com a inflação em alta, em janeiro, a cesta básica consumiu mais de 50% do salário mínimo. A carestia atinge nosso povo de forma cada vez mais impactante.

Uma situação cuja principal causa tem a ver com a posição cada vez maior de subcolônia do país. Mesmo com uma safra abundante, os preços são atrelados à lógica exportadora do agronegócio e à especulação global.

O sucateamento dos serviços públicos, as privatizações e os ataques ao funcionalismo também seguem ocorrendo nas esferas federal, estadual e municipal. Os servidores federais, por exemplo, enfrentam a paralisia do governo em cumprir os acordos firmados no ano passado com a categoria e a reforma administrativa segue uma grave ameaça. Nos estados e municípios, os trabalhadores públicos também se deparam com vários ataques, razão pela qual várias categorias têm se mobilizado.

As mulheres seguem diante de uma epidemia de feminicídios e aumento da violência machista das mais diversas formas. Porém, a política de cortes no Orçamento impacta a garantia de políticas públicas, sem falar que em nome da “governabilidade”, o governo Lula rifa pautas históricas das mulheres para “dialogar” com setores conservadores. Com isso, fortalece uma agenda reacionária, como a ofensiva contra o direito ao aborto legal. Daí que a realização de um forte dia de luta no 8 de Março – Dia Internacional de Luta das Mulheres, com total independência dos governos, é fundamental.

Já brutal da violência policial contra o povo pobre continua também em todo o país, principalmente em estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Os governos estaduais, por meio de suas políticas de segurança pública, perpetuam um verdadeiro genocídio negro e periférico, ao mesmo tempo em que os governos municipais designam a Guarda Civil para atuar como policiais militares com base na mesma lógica. Por sua vez, o governo Lula também reforça essa situação com uma política nacional segurança militarizada.

Os povos originários – que sofrem uma política genocida há 500 anos – estão sob graves ataques, como o Marco Temporal que é acompanhado pelo avanço de projetos de exploração de petróleo e abertura de rodovias na Amazônia, incentivos ao agronegócio, entre outros, em total desacordo com a emergência climática que enfrentamos.

Crise climática que, vale destacar, segue sendo confirmada com situações extremas, como enchentes e ondas de calor acima de 40 graus pelo país.

A extrema direita, fortalecida pela posse de Trump nos EUA, tenta capitalizar o desgaste do governo, como demonstrado no episódio do Pix, e já convocou uma manifestação para o dia 16 de março.

No entanto, também sofreu um revés com a denúncia finalmente apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Bolsonaro e mais 33 golpistas.

Neste cenário, vemos voltar à tona em setores do movimento a defesa da política da Frente Ampla, com o pretexto de que denunciar e enfrentar o governo Lula “fortalece a ultradireita”, em meio à queda de popularidade de Lula.

No entanto, essa política é um desastre, pois serve apenas para encobrir o apoio de partidos como PT, PCdoB e PSOL às políticas antipopulares do governo que, na realidade, são as que, de fato, dão fôlego à direita.

Contudo, importantes lutas têm ocorrido neste início de ano, e que contam sempre com o apoio incondicional da CSP-Conlutas.

A ocupação da Seduc (Secretaria de Educação) no Pará despertou grande solidariedade e ocorreu sob uma forte unidade entre os povos indígenas, trabalhadores da educação, quilombolas, povos tradicionais e movimentos sociais, forçando o governo Jader Barbalho a recuar em seu projeto de lei, após intensa mobilização.

Além disso, várias mobilizações estão em curso, como de trabalhadores terceirizados da Petrobras no estado do Rio de Janeiro, greves de professores estaduais e municipais do Piauí, greve de trabalhadoras terceirizadas da educação em Minas Gerais, mobilização dos petroleiros mensalistas no RJ, greves operárias no Vale do Paraíba, protestos dos movimentos populares contra despejos, entre outras.

O movimento contra a escala 6×1, que eclodiu no ano passado, segue nas ruas. Um importante dia de luta foi realizado no dia 16/2, em que a CSP-Conlutas teve forte protagonismo, e um manifesto e programa foi aprovado de forma unitária pelas organizações envolvidas na plenária nacional que organizou a mobilização (em anexo, como parte desta resolução).

É nesse cenário que a Coordenação Nacional da CSP-Conlutas deve intervir, reafirmando a necessidade de construir uma alternativa de independência de classe, conforme definido em nossa última reunião no Rio de Janeiro. Devemos nos apoiar nas mobilizações populares e greves em curso, além de estar atentos a novas manifestações regionais, buscando unificá-las no enfrentamento às políticas dos governos Lula e regionais.

Nosso objetivo deve ser construir uma alternativa de ação direta e independência de classe frente ao crescente desgaste dos governos.

As manifestações do 8 de Março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, e a intervenção no movimento contra a escala 6×1 devem ser passos na construção de um 1º de Maio classista, independente do governo e internacionalista, que sirva como ponto de convergência para essas diversas lutas, correntes e organizações em combate.

A Coordenação Nacional da CSP-Conlutas resolve:

1.   Todo apoio às greves dos terceirizados e trabalhadores da Educação de Belo Horizonte, aos professores e professoras do Piauí e todas as greves e mobilizações populares existentes. Pela unificação de todas as lutas!

2.   Pelo fim da escala 6×1! Pela redução de jornada de trabalho, sem redução de salários!

3.   Fortalecer a intervenção nos atos de 8 de março – Dia Internacional de Luta das Mulheres!

4.   Realizar atos classistas, internacionalistas e independentes do governo no 1° de Maio em todo país. Buscar construir as manifestações com todos os setores com os quais lutamos juntos, como o movimento pelo fim da escala 6×1, movimentos populares de luta pela moradia, contra a violência policial, o racismo e a LGBTfobia, entre outros. Temos que buscar intervir nos processos de luta existentes hoje no país e nos estados para fazer do 1° de Maio um forte dia de luta contra os patrões, os governos e o sistema capitalista.

5.   Pelo fim do Arcabouço Fiscal do governo Lula-Alckmin! Pelo não pagamento da dívida externa e interna! Verbas para serviços públicos e não para banqueiros, multinacionais e agronegócio; Taxação das grandes fortunas!

6.   Fim das privatizações! Reestatização, sem indenização e sob controle dos trabalhadores, das empresas e setores privatizados! Contra a privatização da Educação! Abaixo aos aumentos das tarifas de transporte!

7.   Emergência climática e ambiental. Punição para as empresas, empresários e fazendeiros envolvidos nos crimes ambientais; expropriação das propriedades e empresas envolvidas; Estatização das empresas de saneamento, água e energia, que sejam controladas pelos seus trabalhadores e pelo povo. Água e energia não são mercadoria; Pela climatização total das escolas e suspensão das aulas diante das situações de calor extremo!

8.   Demarcação das terras indígenas. Não ao Marco Temporal. Contra a exploração de petróleo no Foz do Amazonas!

9.   Despejo Zero. Reforma urbana e desapropriação de áreas ociosas em benefício dos sem-teto. Contra os projetos de lei que criminalizam quem ocupa! Enquanto morar for um privilégio, ocupar é um direito!

10.          Reforma agrária sob controle dos trabalhadores sem-terra!

11.          Aborto legal, seguro e gratuito! Fim dos feminicídios! Por direitos das mulheres e da população LGTBQIA e pessoas com deficiência!

12.          Basta de genocídio e encarceramento da juventude pobre e negra!

13.          Ocupar as ruas pela prisão de Bolsonaro e todos os golpistas. Sem anistia!

14.          Intervir nos processos de luta no país e atuar para construir um dia de luta contra os ataques dos governos e patrões. Incentivar articulações de luta nos estados contra os ataques dos governos e impulsionar e participar de manifestações e dias de luta, como o dia 28 de março chamado pelos estudantes e em repúdio ao golpe militar de 64!

15.          Incorporar como parte integrante deste plano de lutas as resoluções dos setoriais da CSP-Conlutas.

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