Lançado há duas semanas, o Plebiscito Contra a Privatização da Sabesp, Metrô e CPTM já toma conta do estado de São Paulo. Até o momento, segundo o site oficial da campanha, 36 cidades já estão recolhendo os votos da população que, em sua maioria, mostra-se contra a entrega do patrimônio público pelas mãos do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A tendência é que os números de urnas instaladas aumente muito mais nos próximos dias, tendo em vista que os trabalhadores estão avançando na organização do plebiscito. O plano da campanha organizada por sindicatos, centrais sindicais e movimentos sociais é recolher, até outubro, 1 milhão de votos.
Para isso, há muito trabalho sendo realizado. As cidades que já contam com urnas têm juntas uma população que ultrapassa os 24 milhões de habitantes. A organização da campanha está trabalhando para ampliar os pontos de votação e garantir uma cobertura democrática aos paulistas que deverão votar até o dia 4 de outubro.
Concentrando os esforços, a capital paulista já possui quase 40 urnas instaladas. Elas podem ser encontradas em locais públicos, como estações do Metrô e da CPTM e postos de trabalho da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), bem como em praças e feiras, em todas as regiões da cidade.
Para conferir os locais de votação, é possível acessar o site oficial do plebiscisto (contraprivatizacao.com), bem como os horários de atendimento. No endereço virtual, é possível também ter informações sobre como realizar o cadastro para ser um dor organizadores do pleito.
“O plebiscito está sendo um sucesso. É grande a aceitação pública. Estamos fazendo coletas nas estações do Metrô e nas ferrovias. Agora, também começamos no interior do estado”, explica Altino Prazeres, metroviário e integrante da Executiva Nacional da CSP-Conlutas.
Segundo o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, a população têm mostrado sua força, cotando em peso nas estações do Metrô. Há cerca de uma semana, em apenas um dia foram coletados mais de mil votos na estação Brás. A mesma quantia foi somada, um dia antes, na estação Jabaquara.
“Agora, é avançar para barrar a privatização. Mas é importante lembrar que também haverá a greve unificada das categorias. É inadmissível vender o patrimônio público para enriquecer meia dúzia de empresários”, conclui.
Greve unificada
Os trabalhadores do Metrô, CPTM e da Sabesp também vão mostrar ao governador bolsonarista Tarcísio o poder de mobilização das categorias. A greve que unificará os setores na luta deverá ter sua data definida em assembleia que será realizada na noite desta terça-feira (19), na Área de Lazer do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.
Vale do Paraíba
Na Região do Vale do Paraíba, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, filiado a CSP-Conlutas tem urnas instaladas em sua sede e subsedes. No entanto, o número de locais de votação deverá aumentar.
Na segunda-feira (18), sindicatos da região se reuniram para discutir maneiras de levar o plebiscito para fábricas, escolas e bairros de São José dos Campos e demais cidades vizinhas. Também foi decidido que haverá uma passeata na quarta-feira (27), para chamar atenção da população sobre o tema.
Como votar?
Votar contra a venda do patrimônio público do estado de São Paulo é muito simples. Após encontrar o local de votação mais próximo, basta assinar a lista e preencher com o número do documento.
Na cédula, há a pergunta: “Você concorda com a privatização da Sabesp, da CPTM e do Metrô?” Após assinalar a resposta de sua escolha é só depositar o voto na urna. Votando “NÃO”, você estará evitando a piora na qualidade de vida de todos no estado.
Consequências da privatização
As entidades que compõe a campanha alertam para os efeitos da privatização, seja no fornecimento de água e esgoto, ou no transporte de passageiros sobre trilhos.
Nos dois casos, o aumento nas tarifas são uma realidade. A prova está nos demais estados que já privatizaram, como o Rio de Janeiro.
A piora na qualidade do serviço e as demissões em massa também são características dos processos de privatização.
Contra as privatizações
Em São Paulo e em todo o país, a CSP-Conlutas está na linha de frente contra as privatizações e contra qualquer plano que restrinja o acesso da classe trabalhadora a um serviço público de qualidade.
Neste sentido, a cobrança sobre o governo Tarcísio será também feita a Lula, que articula uma nova lei para as PPP’s (Parceria Público Privado) e o Arcabouço Fiscal, que limita investimentos em setores cruciais como a Saúde e Educação.