A Câmara Municipal de Rio Claro aprovou em março, o índice de 4,56% para o reajuste salarial dos servidores municipais. O índice foi bem inferior aos 8% decidido pelos trabalhadores em assembleia.
Procurada após o processo, a CSP-Conlutas São Paulo teve conhecimento da conivência do SindMuni (Força Sindical), entidade que organiza os trabalhadores, com os planos do poder municipal.
O grupo de oposição sindical Servidores em Luta aponta que desde o início da Campanha Salarial 2025, a direção pelega do sindicato têm feito de tudo para agradar o prefeito Gustavo Perissinoto (PSD).
A extensão do prazo de negociação, reuniões setoriais, com a entrada permitida somente à associados, restrição à participação dos servidores da Educação, cancelamento de assembleias e negociações às escondidas, são algumas práticas autoritárias denunciadas.
“Em uma das assembleias, houve muito mais servidores do lado de fora do sindicato, impedidos de entrar por não estarem filiados, do que os que puderam entrar”, explica um integrante do Servidores em Luta.
“Mesmo assim a pressão conseguiu barrar momentaneamente a proposta de reajuste então apresentada pelo prefeito (4,56%), que representava um valor muito abaixo das perdas salariais dos últimos anos e colocar como contraproposta o valor de 8% de reajuste”.
Mobilização histórica
No dia 27 de março, houve uma paralisação histórica da educação municipal em Rio Claro. Naquele momento, os servidores ja temiam que um golpe poderia acontecer na Campanha Salarial.
Apesar de não contar com nenhum apoio do sindicato, a mobilização dialogou com a população da cidade.Temas como a falta sistemática de itens da alimentação escolar, entrega de alimentos vencidos, falta de produtos de limpeza, atrasos nas entregas de alimentos, entre outras coisas, foram discutidos.
No entanto, para a surpresa de todos, poucos dias após o ato, o sindicato informou que as negociações da Campanha Salarial estavam encerradas e ainda tentou culpar os protestos pelo fim das tratativas.
Indignação e mobilização
Fartos de um sindicato cuja direção não tem mais nenhuma representatividade, os servidores decidiram manter-se mobilizados. Um novo protesto de rua ocorreu no último dia 23, agora com a paralisação quase total das escolas municipais. Cerca de 1300 pessoas participaram ao longo do dia de mobilização. Foram feitas aulas públicas para a população.
Os servidores também saíram em marcha e permaneceram o dia todo ocupando a rua lateral à prefeitura se manifestando e apresentando à população todos problemas que afetam as escolas municipais. Agora, a oposição Servidores em Luta está organizando novas reuniões para discutir os passos da luta com os trabalhadores. A CSP-Conlutas São Paulo presta solidariedade e oferece todo apoio para mudar esta realidade.