Os professores e professoras da rede municipal de São Paulo decidiram por manter a greve por tempo indeterminado, após assembleia realizada na terça-feira (22). A categoria também decidiu por realizar um ato em frente a Câmara Municipal, nesta quarta (24).
Os profissionais da educação denunciam a desvalorização praticada pela administração de Ricardo Nunes (MDB), que propôs apenas 2,60% de reajuste para este ano e 2,55% para o ano de 2026.
A categoria exige um reajuste salarial digno, de 44%, o fim imediato do confisco de 14% sobre aposentados e pensionistas, e condições mínimas de trabalho nas escolas públicas.
A CSP-Conlutas também levou as bandeiras contra a privatização das escolas e pela revogação dos ataques aos readaptados e licenciados.
A mobilização poderá aumentar na sexta-feira (25), quando os professores estaduais irão decidir se declaram greve, ou não, em assembleia, que será realizada na Avenida Paulista, em frente ao MASP, a partir das 16h.
Os companheiros e companheiras exigem a recomposição salarial, a revogação das resoluções autoritárias do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o fim dos planos de privatização e terceirização das escolas.
Entre as pautas também estão a suspensão do uso das plataformas de ensino, itinerários e do Novo Ensino Médio, bem como a reabertura de salas de aula e a efetivação dos professores temporários.
“É muito importante a participação de toda comunidade escolar. Nós estamos convocando também os estudantes para se somarem na assembleia na Paulista pra gente construir junto uma forte greve na educação”, afirma Flávia Bischain, da Executiva Nacional da CSP-Conlutas e do coletivo Reviravolta na Educação.
Flávia também denunciou a manobra planejada pelo Secretário da Educação, Ricardo Feder, para impedir a mobilização dos professores, ao anunciar o pagamento de um bonus no mesmo dia da votação que pode aprovar a greve.
A realidade é que pouco mais de mil escolas, das cinco mil que existem no estado, vão receber o bônus, que também será bem inferior ao prometido. “Ele faz isso para não cumprir com o pagamento do piso”, explica Flávia.
Todo apoio!
A CSP-Conlutas apoia a mobilização dos professores paulistas e acredita que a união das mobilizações é o caminho para conquistar a valorização da categoria e derrotar de vez os planos de militarização e privatização das escolas que irão penalizar a população.
Por isso, é fundamental que os professores e professoras também da rede estadual se mobilizem na sexta-feira (25), e declarem greve por tempo indeterminado, assim como fizeram os companheiros e companheiras da rede municipal.
“Nós precisamos somar a força e construir uma grande greve geral de educação contra o Nunes e contra o Tarcísio, que são ambos inimigos da educação. Nenhum dos dois cumpre a lei do piso salarial do magistério. Eles, na prática, estão mantendo os salários congelados numa situação em que o preço dos alimentos continua alto, que o custo de vida continua alto. E os trabalhadores da educação estão com salários arrochados. E não é só isso. Essa greve é também uma greve em defesa da educação, da qualidade do ensino, porque tanto o Tarcísio, quanto o Nunes, querem privatizar e militarizar as escolas. Isso é um crime gravíssimo contra a educação pública”, explica Flávia.