Estudantes do Ensino Médio foram duramente reprimidos após protestarem contra o fechamento de salas de aula em sua escola, na Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo.
Uma viatura da Polícia Militar tentou atropelar um grupo de alunos. Ao menos dois estudantes foram presos e agredidos com chutes e socos, segundo depoimentos. Um deles é menor de idade e mesmo assim foi algemado e levado para a delegacia, sem o acompanhamento dos responsáveis.
Este absurdo ocorreu na noite da segunda-feira (6), quando um grupo de alunos da Escola Estadual João Solimeo protestava de forma pacífica em frente a unidade de ensino. A polícia agiu com truculência, utilizando spray de pimenta e bombas de efeito moral.
Testemunhas afirmam que muitos passaram mal com os efeitos do dispositivo. Ao menos três estudantes foram apreendidos e liberados em sequência. Os policiais também exigiram que os vídeos das agressões fossem apagados dos celulares.
“Essa é a polícia do Tarcísio. Policiais sem identificação, com as câmeras viradas para cima. Tem uma praça na frente da nossa escola e muitos foram para lá. Estavam passando mal com o spray de pimenta”, afirma um estudante que pediu para ter sua identidade preservada.
Os alunos decidiram organizar a manifestação, após descobrirem que duas salas de aula foram fechadas sem qualquer explicação. Até mesmo os professores foram pegos de surpresa quando descobriram que a sala não constava mais no sistema.
Estudantes foram remanejados para outras salas, porém houve vários problemas com alunos do Ensino Médio que haviam optado pelas matéria específicas de exatas sendo enviados para salas de ciências humanas.
“Tem que ser apurada imediatamente a responsabilidade sobre essa violência brutal! É preciso denunciar também a política de fechamento de salas de aula da Diretoria de Ensino e da Secretaria da Educação”, afirma a professora Flávia BIschain, da Executiva Nacional da CSP-Conlutas.
“Foi uma ação totalmente absurda dos policiais. É preciso apuração imediata do ocorrido e a punição dos responsáveis! A subsede Lapa está do lado dos estudantes! Reabertura imediata das salas fechadas, na EE Solimeo e em todo o estado”, conclui Flávia.
Em 2023, o governo do Estado de São Paulo fechou mais de 300 salas de aula em todo o estado. Além dos transtornos aos alunos e familiares, a medida gera desemprego e precarização do trabalho entre os professores.
Atualmente, a categoria está mobilizada, tendo realizado paralisações nas últimas semanas. Um das demandas é exatamente o fim da política de fechamento de salas. Uma greve estadual já foi aprovada para o próximo dia 24.