A Plenária Sindical e Popular que aconteceu na noite de terça-feira (27), em São Paulo, aprovou o 5 de julho como Dia Nacional de Luta contra o Arcabouço Fiscal e o Marco Temporal, duas medidas que indicam a política do governo Lula e do Congresso, contrária aos interesses da classe trabalhadora e dos povos indígenas. Também foi aprovada uma resolução política com as principais bandeiras de luta, que será publicada em breve.
Entre as entidades que convocam o dia 5 de julho estão a CSP-Conlutas, Sinsprev-SP, Fenasps, Sindicato dos Metroviários SP, que se incorporou à plenária naquela noite, Sindsef-SP, Sintrajud-SP, PSTU, FNL, Sindicato dos Metalúrgicos de SJC, MML, Unidade Classista, Unidos Pra Lutar, PCB, CST, Revolução Socialista, POR, ART, organizações da juventude como Socialismo ou Barbárie, e outras.
“Ainda é um processo embrionário, de construção da vanguarda, mas precisamos organizar a resistência a esses ataques do governo Lula”, disse Paulo Barela, da Executiva Nacional da CSP-Conlutas, na abertura da atividade.
Além dos temas centrais, também foram abordadas a reforma tributária, a dura greve da educação no Rio de Janeiro, a mobilização travada por professores no país pelo pagamento do piso salarial, a luta na Mercedes Benz, dos povos indígenas, o breque dos aplicativos, bem como o papel cumprido pelas direções sindicais majoritárias neste momento em conluio com o governo Lula, entre outros.
“Essa plenária é um ponto de resistência. Enquanto iniciamos aqui nosso debate, o governo Lula aprova R$ 340 bilhões ao agronegócio, mostrando para quem governa. As reformas Sindical, Trabalhista e do Novo Ensino Médio não foram revogadas. Nosso compromisso aqui é com a luta da classe trabalhadora, contra o governo de plantão e a ultradireita”, salientou Atnágoras Lopes, da Executiva Nacional da CSP-Conlutas, pontuando aspectos que permearam toda a plenária.
Iniciativa positiva e novos passos
De uma forma geral as mobilizações realizadas no último dia 13 por iniciativa da plenária anterior foi avaliada positivamente. “Foi um passo inicial, ainda manifestações pequenas, mas importantes para se contrapor ao arcabouço fiscal do governo Lula e ao Marco Temporal”, defendeu Atnágoras.
A maioria das direções do movimento e das maiores centrais sindicais está calada e inerte diante de tamanhos ataques que ocorrem sob o novo governo de Lula. Eles deveriam estar aqui nesta plenária, contudo, seguem na aba do governo. Esta plenária mostra que há setores que entendem a importância da independência de classe e da luta para defender os interesses da classe trabalhadora“, pontuou o dirigente.
A plenária também demarcou a necessária solidariedade internacional à luta dos povos originários da província de Jujuy, na Argentina.
A atividade reuniu 180 ativistas entre presenças no plenário na sede do Sinsprev-SP, em São Paulo, e participação virtual, pela plataforma do Zoom.