Os metroviários e metroviárias de São Paulo decidiram suspender a greve marcada para esta terça-feira (13). A decisão foi tomada em assembleia realizada na noite da segunda-feira (12).
Mais de 3 mil trabalhadores votaram através da consulta virtual realizada pelo Sindicato e decidiram, por ampla maioria (73%), aceitar a proposta apresentada pela direção do Metrô, após uma forte mobilização nas últimas semanas.
A categoria conquistou o reajuste salarial de 4,52%, índice que repõe a inflação anual. Já no vale-alimentação a reposição será de 38,9%. Além disso, o PPR (Programa de Participação nos Resultado) de 2023, será pago no ano que vem.
A Campanha Salarial pode ter terminado, mas a luta contra a privatização irá continuar forte, afirmaram os dirigentes metroviários/as. O governador bolsonarista Tarcísio de Freitas voltou a sinalizar, na última semana, que tem como meta a venda total do Metrô. Para tanto, ele se utilizará da lei das PPP’s (Parceria Público Privado), criada por Fernando Haddad, hoje no comando do Ministério da Fazenda do governo Lula.
“A luta contra o plano de privatização e terceirização, que levará à piora na qualidade do transporte oferecido à população, vai continuar”, afirma Narciso Soares, vice-presidente do Sindicato dos Metroviários e integrante da CSP-Conlutas.
Narciso também denunciou a necessidade da contratação de novos funcionários no Metrô. O déficit é visível para todos os que se utilizam do transporte e estimado em cerca de 2 mil trabalhadores. Em março, a categoria realizou uma forte greve que, além da reposição de perdas acumuladas, já colocou em pauta essa reivindicação.
“Precisamos de mais contratações e melhores condições de trabalho para os metroviários, terceirizados e todos envolvidos no serviço prestado à população. A luta contra a privatização é necessária para não colocar a população em risco. Também estamos nos esforços para reduzir o valor da passagem, rumo à tarifa zero”, concluiu.