This is your default notification bar which you can use to an announcement, sale and discount.

PM invade Favela do Moinho, prende e agride moradores para avançar com o despejo

As cenas registradas na Favela do Moinho, região central de São Paulo, nesta terça-feira (13), lembram um cenário comum em guerras: uma mulher corria com uma criança no colo para receber atendimento médico, casas sendo demolidas e muitas bombas.

A ação da Polícia Militar tem o comando do governador do Estado, o bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), mas também conta com o apoio do governo Lula, uma vez que a União deu o aval para a demolição das casas na segunda-feira (12).

Contrariando o fato de que algumas famílias se negam a sair da comunidade ou ainda negociam a saída com o poder público, a PM e funcionários da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) invadiram o local para começar a destruição das casas.

Como já virou rotina em São Paulo, a violência policial mais uma vez foi usada contra os trabalhadores e trabalhadoras. “Isso aqui foi muito suor viu. Foi com muito trabalho”, dizia indignada uma das moradoras batendo na parede e se despedindo de sua casa.

Balas de borracha, bombas de efeito moral e toda truculência da Tropa de Choque foram utilizadas. A repressão foi tamanha que uma criança desmaiou e até mesmo funcionários do CDHU foram gravados correndo para evitar serem atingidos pela PM. Jornalistas e fotógrafos também foram agredidos.

No local havia muitas mulheres e crianças, além da presença da Deputada Estadual Ediane Maria, do PSOL. Fica claro que a PM assumiu o risco de produzir uma tragédia nas vielas estreitas da Favela do Moinho, assim como o fez no trágico baile DZ7, em Paraisópolis há alguns anos. Vídeos mostram pessoas encurraladas dentro das casas e becos tomados por gases das bombas de lacrimogêneo.

O fato é que a região sempre sofreu com a violência do Estado, mas a situação agravou após Tarcísio de Freitas iniciar o plano de despejo da última favela do centro da capital paulista.

No domingo (11), em pleno Dia das Mães, policiais invadiram a comunidade e começaram a fotografar, sem consentimento, pessoas e moradias. Já na segunda (12), a favela foi cercada, depois que os moradores protestaram impedindo a circulação dos trens.

Desumano

Tão desumano quanto atacar famílias inteiras é o plano de Tarcísio que poderá mandar pra rua centenas de pessoas. Após o despejo, o plano do governador é construir no local um parque que faz parte do plano de transferência da sede do governo estadual.

No entanto, às pessoas não foi oferecido nenhuma alternativa viável. O governo oferece aos moradores unidades habitacionais da CDHU ou um auxílio-aluguel de R$ 800. Propostas completamente fora da realidade em São Paulo.

Pesquisadores já alertaram que as condições para se adquirir as casas estão muito acima da realidade de quem está sendo despejado. Assim, famílias inteiras devem acabar indo pra rua, sem qualquer lugar para ir.

Há denúncias também de que muitas famílias foram assediadas para assinar os contratos de saída, uma vez que o governo estadual tem feito tudo de forma atropelada, desumana e sem acompanhamento.

Todo apoio à comunidade

O processo de remoção das famílias da Favela do Moinho é repleto de irregularidades e descaso das autoridades públicas. O bolsonarista Tarcísio de Freitas e o presidente Lula deram as mãos para que o despejo ocorresse.

A CSP-Conlutas se solidariza aos moradores da comunidade e defende o direito do povo trabalhador à auto-organização. Está mais do que comprovado que há mais imóveis vazios do que pessoas sem onde morar, por isso, é necessário exigir justiça e moradia digna.

About the Author

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

You may also like these