Após 21 dias de greve, os professores da rede municipal de São Paulo e parte do funcionalismo da cidade decidiram pela retomada ao trabalho, em assembleia na terça-feira (6), após aceitar o acordo com a prefeitura.
Uma das principais pautas da greve foi a luta contra projeto de lei de reajuste salarial de apenas 2,6%. A proposta do prefeito Ricardo Nunes foi execrada pelos trabalhadores desde o início da mobilização.
No entanto, a intransigência da prefeitura, que judicializou a greve, a atuação criminosa dos parlamentares da direita que aprovaram o PL e as direções sindicais burocráticas impediram que os trabalhadores fossem adiante com a luta pela valorização da categoria.
O acordo firmado com a prefeitura conquista o pagamento dos dias em que foram realizadas a paralisação geral, de 18/03, as paralisações regionais em oito DREs e o período de greve, de 15/04 a 06/05/ 2025.
A greve também impediu a aplicação da Lei nº 18.221/2024, que suspenderia a Jeif (Jornada Especial Integral de Formação) para os readaptados e os docentes com licenças acima de 30 dias, resultando em perda salarial de 33% para estes servidores(as).
Apesar de respeitar a decisão da categoria, a CSP-Conlutas defendeu a unificação das greves da Educação em todo o país. Diante de tantos ataques nas esferas municipal, estadual e federal também é importante manter o espírito de mobilização.
Perseguição
É preciso também denunciar a demissão de trabalhadores terceirizados e defender o direito de greve. Lutar por melhores condições de vida é direito de todos os trabalhadores e perseguições políticas não devem ser aceitas. A prefeitura é responsável por mandar embora mães de família, trabalhadoras da limpeza, contratadas pela terceirizada Lume. .
Rede estadual
Já os professores da rede estadual estão em estado de greve desde o dia 25 de abril. Na segunda (5), eles realizaram atos e vigílias nas Diretorias de Ensino, durante a audiência de conciliação no TJSP.
Na sexta-feira (9), a categoria terá uma nova assembleia para decidir pela greve em todo estado de São Paulo. A mobilização vai ocorrer a partir das 16h, na Praça da República, centro de São Paulo.
Os professores e professoras exigem o reajuste salarial imediato, convocação de 44 mil professores concursados, climatização urgente das salas de aula, além da defesa da carreira docente e de condições de trabalho dignas.
A categoria denuncia práticas de assédio moral, autoritarismo, plataformização do ensino, desrespeito e o avanço da privatização e militarização das escolas públicas.
Além disso, a categoria e a CSP-Conlutas também protestam contra a precarização do ensino e em defesa do caráter público, laico e de qualidade da escola estadual.