Em uma sessão marcada por ofensas de vereadores da extrema direita contra o funcionalismo municipal, confusões e racismo, além de violência policial do lado de fora da Câmara, foi aprovado o reajuste de servidores municipais de São Paulo, na terça-feira (29).
Por 37 votos favoráveis e 17 contrários, o Projeto de Lei nº 416/2025 reajusta os salários em 2,6%, a partir de 1º de maio, data-base da categoria; 2,55%, em maio de 2026; e aplica 6,27%, a partir de 1º de maio, apenas sobre os valores dos pisos docentes da categoria 1 (com ensino médio).
Diante da intransigência do poder público, em especial o prefeito Ricardo Nunes, os professores decidiram por manter a greve e realizar um novo protesto e uma assembleia geral na terça-feira (6).
“Os mesmos vereadores que reajustaram em 40% os próprios salários e o salário do Prefeito, hoje deram um verdadeiro show de racismo e elitismo durante a votação do PL da fome do Nunes”, comentou a Profª Grazi Rodrigues, integrante da Executiva Estadual São Paulo da CSP-Conlutas e do Movimento Nossa Classe.
“Há pouco aprovaram um reajuste miserável, apenas 2,6% p/ professoras, enfermeiras, assistentes sociais, psicólogas… Estão juntos até a medula com Nunes e Tarcísio em todo seu plano de ataques, privatizações e destruição dos serviços públicos”, explica.
Caso de racismo
“Uma mulher branca, bonita e rica incomoda muito vocês. Mas eu estou aqui representando uma parte importante da população”. A frase foi dita pela vereadora bolsonarista Cris Monteiro (Novo), durante a sessão e escancara o pensamento político da direita.
Luana Alves, vereadora negra pelo PSOL, havia acabado de deixar o púlpito e denunciou a agressão sofrida durante o debate. No entanto, o presidente da Câmara, Ricardo Teixeira (União), interrompeu a sessão por apenas 10 minutos.
Repressão
Do lado de fora da Câmara o que se viu foi o tratamento costumeiro que o Prefeitura de São Paulo oferece àqueles que lutam por melhorias na sociedade. A repressão policial marcou o dia, mesmo antes do protesto ter início na frente do prédio público.
Pela manhã, os professores denunciaram que a GMC (Guarda Municipal) parou ônibus e atrasou a viagem de centenas de professores que se deslocavam para participar da assembleia marcada para ocorrer às 15h na frente da Câmara.
Já com o ato em andamento, a presenta da Tropa de Choque da polícia militar foi constante e a GCM novamente atrapalhou a mobilização dos trabalhadores quando agrediu e tentou efetuar prisões de professores que protestavam.
Segundo a organização da manifestação, mais de 10 mil servidores públicos estiveram presentes na assembleia.
Todo apoio à luta dos professores(as)
A CSP-Conlutas apoia incondicionalmente a luta dos professores e professoras municipais de São Paulo. É fundamental que as diversas categorias do funcionalismo se unam e organizem uma greve geral do funcionalismo no estado e na capital.
“A greve continua e nós queremos chamar todos a participarem do 1º de Maio independente, de luta e de oposição aos governos, às 10h da manhã, no Masp. É preciso uma luta nacional contra as privatizações de Lula e no estado de São Paulo”, afirmou o Prof. Lucas, do coletivo Reviravolta na Educação.