O maior valor já registrado nas tarifas do transporte público na cidade de São Paulo. Este foi o presente dado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador do estado, aos paulistanos nos últimos dias de 2024.
Antes mesmo de assumir oficialmente seu novo mandato, Nunes anunciou que a tarifa de ônibus na capital paulista salta de R$4,40 para R$5, a partir de 6 de janeiro de 2025. São 60 centavos de reajuste. Um golpe contra aqueles que dependem do transporte público.
Mas a ofensiva não para por aí. Tarcísio também aumentou as tarifas de trem, metrô e ônibus intermunicipais. No transporte sobre trilhos, o tíquete passa de R$5 para R$5,20. A vida de milhões de paulistanos e moradores da região metropolitana será impactada.
Estes ataques comprovam a aliança entre os governos estadual e municipal no plano de garantir o aumento do lucro dos empresários do setor de transporte, às custas de tarifas abusivas que punem a classe trabalhadora.
Enquanto a cidade concentra um orçamento recorde para 2025, cerca de R$ 125 bilhões, a população que vive nas periferias e depende do transporte público, segue sendo atacada com tarifas cada vez mais altas e que já consomem quase um terço do orçamento familiar mensal.
Este novo aumento abusivo, que restringe o direito das pessoas à cidade, também é consequência direta da política de privatizações escancarada por Tarcísio durante todo o ano de 2024.
A venda da Sabesp, a maior empresa de saneamento da América Latina, é um exemplo, bem como a manutenção dos contratos com a ENEL, apesar de inúmeros problemas apresentados que deixaram milhares de pessoas sem energia elétrica ao longo do ano.
Também foram inúmeros acidentes registrados nas linhas dos trens que já foram privatizadas. Frutos da precarização, negligência e descaso dos empresários, estas ocorrências ameaçam a vida dos usuários.
Aqui cabe ressaltar que o governo Lula também tem atuado com leniência diante da privatização do transporte sob trilhos em outras capitais como Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre.
Também há o financiamento da expansão das linhas privadas, como o trem que ligará São Paulo à Campinas, que receberá R$ 10 bilhões via BNDES. Investimento que irá garantir ainda mais lucro aos grandes empresários.
O transporte público gratuito é viável e há inúmeros estudos que comprovam, mas os governos insistem em privilegiar os empresários e não a população! Tarifa zero é possível e sustentável, mas os governos preferem investir em subsídios para os empresários.
A privatização do transporte público tem um único objetivo: tirar do povo para dar aos ricos. Estamos vendo um sistema cada vez mais sucateado, onde o que importa são os lucros dos empresários e não a qualidade do serviço.
Temos que apostar tudo nas mobilizações de rua para mudar este cenário, além de outras inciativas. Nós da CSP-Conlutas São Paulo chamamos a todos para o primeiro ato contra o aumento das tarifas, por Tarifa Zero e a reestatização das empresas públicas, para que o transporte seja, de fato, público, gratuito e de qualidade.
Na quinta-feira, dia 9 de janeiro, a partir das 17h, estaremos reunidos em frente à Prefeitura de São Paulo para a primeira mobilização de 2025 contra o aumento nas tarifas. Só há uma maneira de virar esse jogo e é com o povo na rua exigindo seus direitos.
