A greve dos trabalhadores da Johnson & Johnson (empresa do setor químico), localizada em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, completou quatro dias nesta sexta-feira (29).
Houve uma audiência de conciliação, na quinta (28), porém a proposta apresentada pela direção da fábrica continuou rebaixada.
Por isso, o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) e o MPT (Ministério Público do Trabalho) intervieram e apresentaram uma proposta intermediária.
O plano era estabelecer R$221 para o ticket alimentação, com garantia de 30% de aumento na próxima data base. A cesta de Natal também seria de R$375. Já os dias parados não seriam descontados.
A direção da fábrica bem que tentou forçar os trabalhadores a aprovarem o texto, afirmando que já estava acordado com o Sindicato dos Químicos de São José dos Campos e Região. No entanto, tratava-se de mais uma mentira.
O Sindicato procurou explicar a manobra da empresa aos operários e em assembleia realizada na manhã desta sexta, a grande maioria reprovou a proposta apresentada pela Justiça.
“Os trabalhadores estão em greve pelo ticket alimentação, que foi conquistado pela convenção coletiva, mas com o pagamento de R$170 apenas em maio”, explica David Souza, do Sindicato dos Químicos e da Unidos Pra Lutar, que é filiada à CSP-Conlutas.
“Esta é uma necessidade dos trabalhadores devido a carestia que vive o país e o fato de que somente o salário não basta. A paralisação é para melhorar o ticket, e, por isso, essencial”, conclui.
Entre as reivindicações também consta a equiparação de cargos e salários, uma vez que muitos funcionários da empresa ocupam o mesmo cargo, e ainda assim têm de conviver com salários diferentes.
O Sindicato espera que a empresa abra uma nova rodada de negociações. Até lá, a produção seguirá paralisada.