Não importa quantos péssimos exemplos a privatização de serviços públicos tenha, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas segue com sua sanha de vender tudo para agradar os grandes empresários que estão de olho nos lucros.
Nesta terça-feira (29), foi a vez das escolas entrarem na mira da privataria do bolsonarista. O primeiro lote com 17 unidades de ensino foi arrematado pela Engeform, empresa sócio da Consolare, que já obtém seus lucros com a administração dos cemitérios em São Paulo.
Mesmo com a total falta de experiência no ramo, a companhia receberá quase R$ 12 milhões dos cofres públicos a cada mês, para realizar a manutenção das escolas, a limpeza, a segurança e a alimentação.
Assim como já ocorreu em outros processos de venda de patrimônio do povo, a Polícia Militar foi utilizada para impedir que as pessoas contrárias a este crime contra a educação pudessem protestar.
Os arredores da Bolsa de Valores, no centro da capital paulista, foi completamente cercada. O mesmo espírito antidemocrático fui visto quando houve a privatização da Sabesp, empresa que distribui água e cuida do esgoto da cidade.
Ainda que houvesse um clima hostil, estudantes, professores e outros profissionais da Educação denunciaram a venda de escolas públicas e os males que este projeto poderá causar a população.
“Estamos diante de um ataque sem precedentes”, afirma Flávia Bischain, professora da rede pública e integrante da Executiva Nacional da CSP-Conlutas e Oposição Apeoesp Lapa.
“O Tarcísio faz uma propaganda bonita, dizendo que as escolas serão equipadas, mas a realidade é que se ele tem dinheiro para dar ao setor privado por que anuncia cortes na educação na casa de R$10 bilhões”, explica.
Flávia também explicou que apesar de posar como um criador de novas salas de aula, na realidade o governo Tarcísio tem fechado milhares de salas no estado de São Paulo, além de demitir professores e dificultar o acesso do povo ao ensino.
“Isso está ocorrendo com a ajuda do governo federal. É com o dinheiro do BNDES e apoiado na lei da PPP’s (Parcerias Público Privadas), e também na Reforma do Ensino Médio, a qual Lula agora é co-autor”.
É preciso mobilização
A Apeoesp, sindicato que organiza os professores do estado, já convocou uma nova manifestação para a próxima segunda-feira (4).A mobilização ocorrerá novamente em frente à Bolsa de Valores, às 13h.
É fundamental dialogar com a população sobre o que realmente significa a privatização das escolas: o lucro virá sempre antes da qualidade do ensino e isso significa precarização da atividade dos professores e a consequente queda na qualidade do ensino.
A luta dos professores também é contra toda uma gama de ataques ao ensino. É preciso exigir do governo Lula que não haja qualquer financiamento do BNDES para a privatização; a revogação integral do novo ensino médio e da BNCC e o fim da lei das PPPs