Mais uma vez, São Paulo, a cidade mais rica do Brasil, teve milhões de pessoas sofrendo com a falta de energia elétrica após uma chuva (de menos de 30 minutos) atingir a capital paulista e cidades vizinhas na sexta-feira (11).
Isto já havia ocorrido há cerca de um ano e os culpados também continuam os mesmos. A operadora Enel e os governos municipal, estadual e federal, que continuam batendo palmas para a privatização enquanto o povo só conta os prejuízos.
Ainda pela manhã de sábado (12), dois milhões de pessoas estavam sem luz. As regiões sul e oeste foram as mais afetadas em São Paulo. Outras cidades como Cotia, Diadema, São Bernardo, Taboão da Serra e Santo André também sofreram.
Nesta segunda (14), ou seja, mais de 48h após a chuva, ainda há meio milhão de clientes da Enel sem o serviço. Isso significa ruas escuras, semáforos sem funcionar e milhões de reais em prejuízo para os comerciantes.
Ninguém assume a bronca
Além de lidar com os transtornos da falta de luz, o povo trabalhador de São Paulo é obrigado a aturar as falas medíocres dos governantes, como o prefeito Ricardo Nunes, que teve a cara de pau de pedir “paciência” aos moradores no sábado.
Por sua vez, o bolsonarista Tarcísio de Freitas, governador do estado, posa de machão e pede o fim do contrato com a Enel, mas também é aquele que vendeu a Sabesp, empresa de águas e saneamento, e trabalha como nunca para privatizar o Metrô e a CPTM.
Já a representante do governo Lula, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), divulgou em nota que a resposta dada pela Enel à crise ‘não está tão eficiente quanto esperávamos’. Parece até piada.
A realidade é que o poder público não ataca a raiz do problema, a privatização de serviços essenciais à população. A Enel, enquanto revertia mais de R$1 bi aos acionistas, demitiu cerca de 35% de seus funcionários em 2022, para alavancar os lucros.
“Toda empresa que foi privatizada quer lucrar ao máximo. Nunes e Tarcísio fazem campanha para a privatização e querem colocar outra empresa privada no lugar da Enel em São Paulo. Já o governo Lula não estatizou a Eletrobras, que foi privatizada por Bolsonaro”, explica Altino Prazeres, da Executiva Nacional da CSP-Conlutas.
Periferia protesta!
No domingo (13), a população da ilha do Bororé, no Grajáu, bloqueou o Rodoanel Mario Covas para protestar contra a falta de energia. No mesmo dia, os moradores da Vila Macedo também bloquearam a Estrada Ecoturística de Parelheiros. A via só foi liberada com a ação da Tropa de Choque da Polícia Militar. Já nesta segunda (14), houve novo protesto na Estrada do Campo Limpo. Todas as mobilizações ocorreram na Zona Sul de São Paulo.
Vamos a luta!
Para defender realmente os interesses da população, a CSP-Conlutas defende a reestatização das empresas privatizadas. Ainda neste sentido, o controle das companhias pelos trabalhadores é fundamental para manter o serviço dedicado exclusivamente a quem precisa dele e não àqueles que lucram com ele.
“Nós precisamos de uma grande campanha pela reestatização da Enel, para poder ter uma empresa pública que atenda bem a população e não pense em lucro de acionista. Vamos a luta para reestatizar todas as empresas públicas privatizadas”, conclui Altino