Para tentar criminalizar a luta das famílias de agricultores da ocupação Capão das Antas, organizada pela CSP-Conlutas, a vereadora de São Carlos Professora Neusa (MDB) afirmou que o incêndio na região era culpa de um morador da comunidade.
A fala ocorreu na sessão da quarta-feira (27) e causou a indignação dos moradores e diversos ativistas que atuam pelo direito à terra. Após a ocupação cobrar explicações, Neusa emitiu um comunicado pedindo desculpas.
Os incêndios que atingiram o interior do estado entre os dias 22 e 25 deste mês têm fortes indícios de uma ação criminosa e organizada. A Polícia Federal já abriu inquérito para apurar os fatos e quatro pessoas já foram presas.
“Esse movimento tem uma lógica. Eles estão tentando jogar a culpa das queimadas nos movimentos sociais, sendo que temos a comprovação de ter sido um incêndio simultâneo com claros indícios de serem realizados por grupos ligados à extrema direita”, afirma Waldemir Soares, do Setorial do Campo da CSP-Conlutas.
Na nota pública, a ocupação Capão das Antas explica que a queimada não ocorreu no território, que veio a ser atingido posteriormente. Os indícios dão conta de que o foco teve início em um cultivo de eucaliptos.
A brigada de incêndio da ocupação atuou para conter as chamas e evitar uma tragédia ainda maior na região. Felizmente, na região da comunidade não houve danos significativos à fauna e a flora.
“Levar a desconfiança sobre a prática de crime é prejudicar o processo investigatório e beneficiar o culpado acusando o inocente. Esse jogo de palavras busca esconder das autoridades policiais os mandantes, os executores e a motivação dos incêndios em série que atingiram o estado de São Paulo”, afirma o comunicado.