Em greve há 43 dias, os servidores do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) terão uma audiência com o ministro da Previdência, Carlos Lupi, nesta terça-feira (27), em Brasília. O encontro ocorre após a categoria fortalecer o movimento na última semana.
Desde o início da Campanha Salarial, os companheiros e companheiras têm enfrentado atitudes antissindicais do governo Lula, e além da judicialização há em curso o corte de ponto em quase 100% dos salários de todos os grevistas.
A indignação perante tal manobra truculenta foi combustível para o fortalecimento da greve. Nesta terça também ocorrem atos em diversas agências do país. Em São Paulo, a mobilização será às 14h, em frente à Superintendência Regional do INSS.
O prédio esteve ocupado pelos grevistas que denunciavam o corte dos pontos até a sexta-feira (23). Já em Brasília, os representantes da categoria têm pressionado parlamentares para que estes atuem em prol dos servidores.
“Nacionalmente, a gente se surpreendeu com a quantidade de servidores que aderiram à greve nos últimos dias”, explica Rodrigo Bonfin, diretor do Sinsprev-SP e da Fenasps “É por solidariedade ao corte de ponto e ao fato do governo não querer negociar”.
Greve defende qualidade nos serviços
Nos atos realizados pelo país, os servidores em greve apresentam a população o fato da greve ter como principal objetivo a valorização do serviço prestado à população. Além da defasagem de mais de 50% dos salários, a categoria também sofrido com adoecimento.
Com a precarização das condições de trabalho, fruto do desinvestimento do governo e da falta de funcionários, o povo pobre e trabalhador é penalizado. A greve, ao contrário do que diz a direção do INSS, não é responsável por prejudicar a vida dos contribuintes, mas sim o governo.
Para a equipe de Lula, os servidores do INSS não devem ter o reajuste salarial neste ano, mas apenas a partir de 2025. A este fato soma-se a extinção de gratificações e o aumento de níveis no plano de carreira, além da redução do salário inicial.
Ainda há uma série de pendências que não foram cumpridas desde a assinatura do acordo de 2022, entre elas estão o teletrabalho e a avaliação de desempenho. No entanto, o governo sequer propõe uma mesa de negociação.
Arcabouço Fiscal
Desde o estabelecimento da nova política econômica do governo, chamada de Arcabouço Fiscal, a CSP-Conlutas alertou para o fato de que o texto travaria investimentos públicos no país e afetaria negociações com os servidores públicos federais.
Isso tem ocorrido em diversas categorias em 2024 porque, na prática, o plano do governo é um só: economizar no investimento nos serviços públicos para pode pagar a Dívida Pública para favorecer os banqueiros e grandes empresários.
Por isso, nossa Central reafirma todo apoio e solidariedade à greve no INSS. Chega de priorizar o arrocho do Arcabouço Fiscal em detrimento das necessidades dos trabalhadores e de investimentos nos serviços públicos!