Um salão de assembleia localizado no bairro do Pari, região central de São Paulo, ficou lotado de migrantes bolivianos, no último dia 28 de julho. Entre os presentes, uma história triste em comum: todos foram vítimas de um golpe que lhes custou milhares de reais.
O caso já noticiado pela CSP-Conlutas (leia a matéria aqui) ganhou um novo capítulo. Mais vítimas procuraram a Associação União dos Migrantes Latinos para apresentar suas histórias e fortalecer a luta em conjunto.
As quase 300 pessoas também foram lesadas pelo consórcio Pasanaku, criado pelos irmãos Jaime e Bladimir Chuquimia, ainda em 2018, com a promessa de retorno financeiro a quem estivesse disposto a investir.
O que se viu nos anos seguintes foi uma enxurrada de mentiras e um grande calote àqueles que, sem saberem, haviam sido jogados em um esquema de pirâmide fraudulento e que levou famílias a perderem quantias de até R$ 300 mil.
Na reunião, os possíveis novos membros da Associação, filiada à nossa Central, concordaram em sua maioria em fortalecer o processo que já corre na Justiça e que conta com o apoio jurídico da CSP-Conlutas.
Os presentes também puderam discutir a situação real do terreno em Itaquaquecetuba, indicado pelos irmãos Chuquimia, como um local onde seriam construídas casas para aqueles que pagassem o consórcio mês a mês.
Fato é que a compra do terreno jamais ocorreu, apesar das fotos e vídeos gravados pelos golpistas no local. O jogo de cena somente serviu para que mais e mais pessoas pudessem ser enganadas, seduzidas pelo sonho da casa própria.
Nas próximas semanas, a Associação União dos Migrantes Latinos planeja novas ações para que as histórias dos migrantes que a compõem possam ser conhecidas. A ideia é angariar mais e mais apoio, para reverter a situação.
Diversas famílias são obrigadas a viver em condições precárias nas favelas de Sâo Paulo por terem entregue suas economias aos irmãos Chuquimia. Por isso, é fundamental que todos colaborem na divulgação desta história.
