Nesta terça-feira (30), a greve dos servidores públicos do INSS completa 15 dias. A categoria têm sido exemplo para toda classe trabalhadora brasileira. Além da luta pela valorização da carreira, os companheiros e companheiras também enfrentam a intransigência do governo federal.
Não bastasse o desrespeito na mesa de negociação, com a negativa de recomposição salarial para 2024, a administração de Lula deu um show de ações antissindicais, utilizando a justiça, na última semana, para tentar quebrar o movimento através da suspensão da greve e a aplicação de multas aos sindicatos.
No entanto, no Brasil e em São Paulo, a paralisação vai continuar. A greve já atinge 22 estados e o Distrito Federal, com pelo menos 400 agências com mobilização. Entre os paulistas são 89 locais de trabalho fechados ou funcionando com restrições, como explica Rodrigo Bonfin, diretor Sinsprev e Fenasps, que colaborou com esta matéria.
“A categoria ficou indigitada não somente pela judicialização”, explica Rodrigo. “Antes ainda teve uma fala do ministro da Previdência menosprezando os servidores que atuam no teletrabalho”.
Rodrigo se refere ao pronunciamento, em que Carlos Lupi diz que aqueles em regime de home-office estariam fazendo greve há quatro anos, somente por trabalharem longe das agências. “Tudo isso só serviu pra que mais servidores aderissem à greve”, comenta Rodrigo.
Além da recomposição salarial e melhores condições de trabalho, os servidores do INSS também reivindicam a realização de concursos públicos. Para Rodrigo, não só em São Paulo, mas em todo o Brasil há um déficit alarmante de funcionários da Previdência.
“Atualmente, somos em 18 mil servidores para atender uma demanda de 1 milhão e 600 mil processos mensais”, explica Rodrigo, dando a ideia exata do tamanho do problema que os servidores públicos estão batalhando para resolver.
Apoio da população
Parte do trabalho desempenhado pelos grevistas é abrir um diálogo com a população e explicar que a greve é uma ferramenta para exigir as condições necessárias para a melhoria do serviço prestado.
Além da falta de funcionários, os trabalhadores do INSS tem sua função prejudicada pela falta de materiais e equipamentos necessários. Suprir essa falta é uma das reivindicações estabelecidas pela categoria.
Com o comando de greve em Brasília, os dirigentes realizam em São Paulo comandos itinerantes e virtuais, para melhor organizar a categoria. Rodrigo explica que nos próximos dias, haverá ações em frente as agências.
O objetivo é explicar para o povo trabalhador que precisa do serviço sobre a importãncia de se apoiar a greve, para que juntos possam vencer a batalha frente a intransigência do governo federal.
Solidariedade!
O ataque aos servidores do INSS feito pelo governo Lula é a mesma postura mantida com os servidores do meio ambiente que estão em luta e também tiveram seu direito de greve desrespeitado.
Novamente, a CSP-Conlutas reitera todo apoio aos grevistas e o chamado para ampliação e fortalecimento da greve, com unidade e luta.
Basta de o governo Lula priorizar o arcabouço fiscal e dar dinheiro público para banqueiros! É preciso valorizar os servidores e garantir melhorias nos serviços públicos!