Mais de 100 organizações estão mobilizadas para promover uma semana de atividades pelo fim das relações militares entre Brasil e Israel. A CSP-Conlutas é parte da ação que começa nesta segunda-feira (1) e vai até o domingo (7).
Na quarta-feira (3), será realizado um Dia Nacional de Mobilização pelo Embargo Militar a Israel. A iniciativa partiu do movimento BDS Brasil, que articula boicotes, desinvestimentos e sanções contra a ocupação sionista da Palestina e seus crimes.
Segundo o BDS Brasil, a semana de ações tem o objetivo de pressionar pelo fim imediato de todos os acordos no âmbito da Defesa e Segurança e das licenças de exportação e importação de equipamentos militares mantidos com Israel.
A demanda justifica-se na medida em que estas armas têm sido utilizadas no genocídio cometido contra o povo palestino em Gaza, desde outubro de 2023, e que já deixou quase 38 mi mortos e 90 mil feridos no enclave.
Além disso, as ações do governo israelense também configuram-se em violações graves do Direito Internacional Humanitário e Direitos Humanos, com acusações de crimes de guerra em curso na Corte Internacional de Justiça e Tribunal Internacional.
O BDS Brasil foca o embargo em quatro itens. São eles:
- Encerrar imediatamente todas as transações comerciais com empresas israelenses e suas subsidiárias para a compra ou venda de armas e tecnologias;
- Revogar a licitação do projeto VBC OAP 155 mm SR (Viatura Blindada de Combate Obuseiro Autopropulsado 155mm Sobre Rodas), vencida pela empresa Elbit Systems, maior empresa de tecnologia militar de Israel;
- Cancelar do contrato com a Israel Aerospace Industries (IAI), que pode chegar a R$86 milhões de reais, para manutenção de drones via presumida inexigibilidade de licitação;
- Embargo à exportação e de petróleo para Israel, sendo o Brasil um dos dos principais fornecedores. O combustível abastece jatos e tanques nos ataques contra a população civil.
Ato em Sâo Paulo
Como parte das ações da semana de luta, será realizado um ato, na quarta-feira (3), em frente a sede do 2º Batalhão do Exército, em São Paulo, a partir das 17h. Diversos movimentos, entidades do mundo do trabalho e partidos políticos estão confirmados.
“É inadmissível que o Brasil siga comprar armas e tecnologias bélicas israelenses. Por isso estamos chamando esta manifestação. Para cobrar o cancelamento da licitação de compras de armas israelenses”, convoca Fábio Bosco, do Setorial Internacional da CSP-Conlutas.