Relembrar o Golpe Militar no Brasil, que completa 60 anos em 2024. A 4ª Marcha do Silêncio, realizada no domingo (31), denunciou os crimes da Ditadura, mas também alertou para a necessidade de punir os golpistas atuais, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O posicionamento de Lula de “passar uma borracha no passado” em relação ao regime militar também foi amplamente criticado nos atos em que a CSP-Conlutas esteve presente. Na tentativa de agradar os militares, o presidente prestou um grande desserviço à frágil democracia brasileira.
A mobilização. que homenageia os mortos e desaparecidos da Ditadura, pela primeira vez, teve sua concentração em frente à delegacia onde funcionava o DOI CODI (Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna).
O órgão de inteligência do Exército foi responsável pela prisão, tortura e morte de vários ativistas contrários ao governo dos militares. Neste local, o general Brilhante Ulstra, ídolo de Bolsonaro, comandou inúmeras torturas.
Com a presença de ex-presos políticos e familiares das vítimas, a caminhada se dirigiu ao Monumento de Homenagem aos Mortos e Desaparecidos, localizado no Parque do Ibirapuera.
Ao final, foram lidos 60 nomes de pessoas assassinadas pelo estado brasileiro, sendo 30 no período da Ditadura e outras 30 já com a democracia restabelecida, como foram os casos de Marielle Franco, Amarildo Dias de Sousa, entre outros assassinados pela violência policial que persiste.
“Essa ditadura foi derrotada pela mobilização dos trabalhadores, no entanto, a gente vê ainda hoje vestígios dessa ditadura expressos na violência policial aplicada contra o povo pobre na nossa periferia”, explica Luís Carlos Prates, o Mancha, metalúrgico e anistiado político.
“A fala de Lula dizendo que não é preciso remoer o passado é um absurdo. Os trabalhadores e o povo precisam pressionar o governo. Somente resgatando a memória isso nunca mais irá ocorrer”, conclui Mancha que esteve presente na mobilização
Nesta segunda 1º, as mobilizações relembrando os crimes da Ditadura continuam em todo o país. Em São Paulo, o tradicional Cordão da Mentira realiza seu desfile, a partir da 17h, com concentração no Centro Acadêmico Maria Antônia (Metrô McKenzie)