Diversas entidades sindicais internacionais enviaram moções exigindo a reintegração dos oito metroviários e metroviárias demitidos/as, em novembro de 2023, em represália à participação na luta contra as privatizações em São Paulo.
Os documentos estão sendo aviados aos consulados brasileiros em cada país. Até o momento, já ingressaram na campanha organizações do México, Estados Unidos, Chile, Peru, Argentina, Paraguai, Itália e Mali.
“Em 24 de novembro de 2023, o Metrô de São Paulo despediu oito trabalhadores do Metrô por sua postura a favor dos direitos dos trabalhadores e contra a privatização do transporte público. Todas as demissões foram arbitrárias e ilegais”, diz trecho da moção enviada.
A iniciativa de solidariedade internacional visa fortalecer os trabalhadores demitidos que terão suas audiências na Justiça do Trabalho, a partir do dia 6 de março. Inicialmente, a data para começar os trabalhos era 20 de fevereiro, porém foi adiada a sessão.
A primeira audiência analisará o caso de Altino Prazeres, integrante da Executiva Nacional da CSP-Conlutas e do Sindicato dos Metroviários de São Paulo. A cada mês, serão abordados os casos dos demais demitidos.
“Governador Tarcísio de Freitas e a direção da Cia. do Metrô em SP, prende, assedia com punições e demite trabalhadoras e trabalhadores que lutam contra as privatizações desse governo da extrema direita”, explica Alex Fernandes, da Executiva Nacional da CSP-Conlutas e diretor do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.
“Metroviárias e metroviários, que sofreram demissões covardes e arbitrárias, estão recebendo muita solidariedade do movimento sindical, de figuras públicas e partidos no Brasil, e isso é muito importante para essa luta. Para fortalecer mais essa luta, através da Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas e outras organizações internacionais, passamos a receber a apoio de muitas partes do mundo, fortalecendo ainda mais essa campanha contra as privatizações e pela readmissão da galera. Nossa luta é global”, conclui.
Luta contra as privatizações
A mobilização contra as privatizações planejadas pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, começou em meados de 2023 e reuniu, pela primeira vez, trabalhadores do Metrô, CPTM e Sabesp.
Durante o segundo semestre do ano passado, fora inúmeros atos de rua, audiências públicas, além de um plebiscito que ouviu quase 1 milhão de pessoas. No entanto, os pontos altos dessa luta foram as duas greves gerais realizadas no estado.
A resposta de Tarcísio, um legítimo representante do bolsonarismo, foi tentar reprimir o movimento. Além de apostar na violência policial e a prisão de ativistas, ele também não perdeu tempo em demitir as lideranças, como ocorreu no Metrô.
Ato em São Paulo
Na tarde desta quarta-feira (28), haverá uma mobilização em frente a Bolsa de Valores, no Centro Histórico da capital paulista. Os manifestantes se reunirão às 16h em protesto contra o Leilão da Linha 7 (Rubi) da CPTM, previsto para ocorrer na quinta-feira (29).