O entregador Matheus Menezes Simões, de 21 anos, foi assassinado, no domingo (25), quando pilotava uma moto, com um amigo na carona, no bairro Vila Brasilândia, zona norte da capital paulista.
Um policial militar perfurou o pescoço do jovem negro com um fuzil ao tentar parar a moto. Matheus morreu no local. Mais uma vida de um jovem perdida. Mais um caso de racismo e violência policial.
Basta!
Confira a nota do movimento Brasilândia em Luta:
Solidariedade à família de Matheus! Queremos justiça! Nossas vidas importam!
Infelizmente, a semana começa na Brasilândia, bairro da zona norte de São Paulo (SP), com um episódio chocante de violência policial. O jovem Matheus, 21 anos, andava de moto no começo da manhã de domingo (25) na rua Cláudio Ghirelli, quando um policial se jogou contra ele. “Na tentativa de derrubar o Matheus da moto, ele empurra o fuzil no pescoço. O que tinha nesse fuzil, eu não sei. Mas cortou a jugular do Matheus na hora”, conta Aline, tia do rapaz.
A família está muito abalada pelo que aconteceu. Matheus trabalhava registrado em uma empresa de ônibus e, como muitos jovens na Brasilândia, simplesmente estava em um baile funk aproveitando o dia de folga.
Aline explica também que quando foi ao local ver o sobrinho, o encontrou caído no chão e sangrando bastante. Pediu autorização para filmar e ter provas do que aconteceu. Apesar de ter esse direito garantido, revela que “um policial começa a gritar comigo, mandando eu sair… começou a me tratar como se eu fosse qualquer uma”.
A nota da Secretaria de Segurança Pública diz que após o choque Matheus “escapou”. Ou seja, sugere que ele estaria em uga. Mas o vídeo mostra nitidamente outra coisa: ele está indo em direção ao comando, não para o lado contrário. Que fuga é essa? E por acaso é um procedimento oficial da polícia se jogar de surpresa com a arma no pescoço de alguém? Não era óbvio que o resultado seria o pior possível? Em vez de responder a isso, como sempre as autoridades começam culpando a própria vítima.
Nas redes, há pessoas dizendo que “se estivesse em casa, não teria morrido”. Isso é absurdo. Além de atacar a memória, a honra do rapaz e desprezar a dor da família, quem diz isso deveria refletir: e se fosse seu filho? E mais: agora não temos mais direito de andar onde a gente vive?
O fato concreto é que a polícia só age assim na quebrada. Aqui as abordagens são na base da brutalidade, do racismo, bem diferente do que fazem com gente rica nos bairros centrais. Bater palma para essa ação é autorizar o descontrole total contra periferia. Sem controle da população, eles ficam livres para fazer o mesmo com qualquer um(a) de nós. Não queremos viver com medo.
Nos solidarizamos com a família do Matheus e estamos juntos para cobrar uma investigação séria, que responsabilize todos os envolvidos nessa desastrosa “operação”.
Na Brasilândia e em todas as periferias, NOSSAS VIDAS IMPORTAM!