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Prefeitura de São José dos Campos quer privatizar o Parque da Cidade.

Matéria publicada originalmente em sindmetalsjc.org.br

A maior área verde urbana de São José dos Campos está à venda. A Prefeitura anunciou, no dia 1º, a proposta de concessão do Parque Municipal Roberto Burle Marx, o Parque da Cidade, para a iniciativa privada. O projeto prevê a ‘privatização’ do parque por R$ 181 milhões, em uma concessão que duraria 25 anos. O Sindicato é contra a medida, que sequer teve consulta pública prévia.

Pela proposta, o Parque da Cidade – que é patrimônio histórico, paisagístico, artístico e cultural tombado pelo Condephaat e pelo Iphan – passaria a ser explorado economicamente, o que colocaria em risco toda a biodiversidade do local, além da arquitetura e do paisagismo de uma área com quase 1.000.000 m2.

No lugar dos galpões históricos da antiga Fazenda Tecelagem Parahyba entraria um centro de convenções com cinema, restaurante, shopping e teatro. Com isso, a população pode perder o acesso gratuito ao parque, principalmente em eventos.

Mercadão em risco
Também está na mira da iniciativa privada o Mercado Municipal de São José. A Prefeitura anunciou a terceirização do espaço, cuja assinatura está prevista para esta quarta (7).

O governo municipal ainda quer retirar a delegacia do centro da cidade, removendo também o presídio feminino do local.

Não às privatizações
Neste domingo (4), dirigentes do Sindicato se uniram a movimentos sociais, ambientais e políticos em um ato contra a concessão do parque, em frente à área, na zona norte da cidade. 

O presidente do Sindicato, Weller Gonçalves, ressaltou que o prefeito de São José dos Campos, Anderson Farias (PSD), segue o projeto de privatizações generalizadas, incentivadas pelo governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo, e também pelo governo Lula (PT).

“Nosso Sindicato se soma à luta contra a privatização do Parque da Cidade e do Mercadão. Não podemos assistir à venda do que é do povo para empresários, que só visam ao lucro. A gente viu a privatização da Sabesp; também querem privatizar o metrô e a CPTM, em São Paulo. Na esfera federal, vemos o incentivo à privatização de presídios. Enquanto isso, quem sofre é o povo, com serviços que deveriam ser públicos ficando cada vez mais caros e precários”, explica Weller.

Investimentos, já!
Segundo balanço do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), São José dos Campos é a terceira cidade mais rica do interior do Brasil, atrás apenas de Campinas (1ª) e Jundiaí (2ª). 

A cidade do Vale do Paraíba teve superávit de R$ 233 milhões entre janeiro e abril de 2023. Ou seja: a Prefeitura de São José tem dinheiro de sobra e plenas condições de investir na conservação do patrimônio histórico e ambiental, sem necessidade de recorrer à iniciativa privada.

“Mesmo assim, falta investimentos públicos em cultura, esporte e lazer nos bairros da cidade. O parque, por exemplo, é utilizado principalmente pelas famílias de baixa renda, que hoje têm acesso a esse espaço com entrada gratuita. Por isso, convocamos todos os metalúrgicos e trabalhadores a se juntarem a esse movimento e a dizerem não à venda do patrimônio e à elitização dos nossos espaços”, conclui Weller.

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