Categoria luta contra rebaixamento do valor do plano e saúde a isonomia nos critérios de pagamento com os juízes
Servidores do Judiciário de São Paulo paralisam as atividades por 48 horas, nesta terça e quarta-feira (30 e 31). A decisão ocorreu na última terça-feira (23) em assembleia que contou com a adesão de mais de 600 pessoas trabalhadores e trabalhadoras. A categoria reivindica a retomada dos valores do auxílio-saúde praticados entre setembro a dezembro de 2023, assim como a isonomia nos critérios de pagamento do custeio da assistência médica paga aos juízes pelo Tribunal.Também foi constituído um comando de mobilização para percorrer os locais de trabalho de toda a Segunda Região, intensificando a mobilização e organização da luta.
A revolta da categoria com a redução de 25% dos valores com os quais a administração custeia o subsídio aos planos de saúde se expressou em várias falas na assembleia e, com isso, vem ganhando força a organização da mobilização.
Administração intransigente
Em audiência no fim da tarde de segunda-feira (22), a presidente do TRT-2, desembargadora Beatriz de Lima Pereira, afirmou que não é possível atender de forma imediata às solicitações pela retomada do valor do auxílio-saúde e do subsídio custeado pelo TRT-2 de setembro a dezembro de 2023, além do reajuste dos valores repassados aos servidores. A desembargadora afirmou apenas que o Tribunal vai fazer estudos sobre a possibilidade de melhorar a tabela com o valor custeado pelo TRT-2, sem assumir compromisso com a retomada da isonomia.
Organizar a paralisação dos dias 30 e 31
A diretoria reforça a importância da categoria manter a mobilização. Nesse sentido, a assembleia realizada nesta terça-feira (23), com a participação presencial de cerca de 300 pessoas no átrio do Fórum Ruy Barbosa e mais de 370 servidores e servidoras na sala virtual.
Os dirigentes do Sindicato criticaram a redução do benefício sem nenhum diálogo prévio. A categoria ficou sabendo da perda de vencimentos com a liberação da prévia dos contracheques com redução do auxílio-saúde e do subsídio pago aos trabalhadores do Regional para custeio da assistência em saúde, com uma redução de 84% para 63%. A tabela divulgada após questionamentos de servidores e do Sindicato confirmou o confisco, que gerou perdas de 25% para os servidores.
O Sindicato vem atuando há quase dois anos pela retomada da isonomia nos critérios de pagamento com os juízes. “Se não há recursos para manter o valor do auxílio e do subsídio custeado pelo TRT-2 para os servidores, por que somente os juízes receberam gratificações, passivos? Além de terem garantia de que o auxílio-saúde não será reduzido. Ao contrário, têm a perspectiva de aumento do benefício com a parcela do reajuste salarial que vão receber em fevereiro. Se não há garantia de isonomia nos critérios do auxílio-saúde para todos, deixa de ser um direito e passa a ser um privilégio”, criticou o diretor do Sintrajud, Ismael Souza.
A diretoria do Sindicato frisa que é dever da administração corrigir a distorção e buscar mais recursos para a assistência saúde, pois a saúde de servidor não vale menos que a de juiz, e trata-se de direito fundamental.
Questionada pela direção sobre as sobras orçamentárias, a desembargadora disse que não é possível antecipá-las para garantir o valor do subsídio. A presidente condicionou a avaliação mais urgente da possibilidade de incremento no valor do custeio dos servidores à sanção do Orçamento de 2024 pelo presidente da República. A Lei orçamentária para este ano foi sancionada nesta segunda-feira.
Participaram da reunião com a desembargadora Beatriz de Lima Pereira os dirigentes Camila Oliveira (TRT-2) e Ismael Souza (TRT-2), o diretor da Fenajufe e da CSP-Conlutas Fabiano dos Santos e o advogado da entidade, César Lignelli.
A categoria está preparada para as paralisações nesta terça (30) e quarta-feira (31).
A CSP-Conlutas manifesta total apoio e solidariedade a esta luta.
(Fonte: Sintrajud)