O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é realmente nota 10 quando o assunto é trabalhar contra os interesses do povo. Após dizer que seguirá com os planos de privatizações, agora ele defendeu o aumento da tarifa no transporte público na capital.
A declaração do político bolsonarista acontece no contexto da forte greve contra a venda da Sabesp, Metrô e CPTM, que ocorreu na terça-feira (28), e da divulgação de que as linhas já privatizadas recebem até quatro vezes mais dinheiro do bilhete único.
Ou seja, além de querer entregar o patrimônio público para os empresários do setor, Tarcísio também quer que os donos da ViaMobilidade ganhem ainda mais. Um verdadeiro desrespeito com o trabalhador.
Na maior cara de pau, Tarcísio disse que se não houve o aumento, o Metrô e a CPTM poderão sofrer com a insolvência, ou seja, quando as dívidas são maiores que o patrimônio que uma empresa possuí.
O que Tarcísio não conta é que a atual política de precarização das linhas públicas é a principal culpada deste cenário. Isso ocorre porque, na divisão do dinheiro proveniente do bilhete único, Metrô e CPTM ficam com a menor parte.
Ainda não há previsão de quanto será o aumento pensado por Tarcísio, que também descartou qualquer hipótese da implementação da Tarifa Zero na capital paulista. Para ele não há “viabilidade financeira”.
Em resposta pela rede social X (antigo Twitter) o Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo afirmou:
“Tarcísio defende aumento da tarifa e justifica: ‘Ñ existe almoço grátis’. Enquanto isso, concessionárias recebem repasse 4x maior para transportar 1/2 dos passageiros, e o grupo CCR ganha 5 novos bilionários em 2022. Almoço grátis tem, só não para o povo”.
Sabesp na mira
Na outra frente de ataque ao patrimônio público, Tarcísio espera que a privatização da Sabesp seja aprovada no plenário da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) até a próxima quinta-feira (6).
Com isso, Tarcísio irá contrariar as quase 900 mil pessoas que disseram não concordar com a privatização da Sabesp, Metrô e CPTM no Plebiscito Popular realizado pelos sindicatos e centrais sindicais.
A CSP-Conlutas defende que o governador realize um plebiscito oficial e dê a população o direito de escolher sobre o futuro dos bens públicos. É inadmissível que, em uma canetada, o governador abra mão de serviços essenciais à população.
“Querer aumentar a tarifa do transporte público mostra o que vem com plano de privatização do Tarcísio. Banquete grátis para bilionários e para os trabalhadores, sem almoço grátis, e mais tarifas de transporte, energia e água. Não a privatização. Tarifa zero já”, afirma Altino Prazeres, da Executiva Nacional da CSP-Conlutas.