A população do estado de São Paulo deu o recado ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos): a privatização da água e saneamento básico, bem como do transporte não será tolerada.
Quase 900 mil pessoas participaram do Plebiscito Popular contra a privatização da Sabesp, Metrô e CPTM. Destas, 99,9% votaram contra o plano do político bolsonarista de vender o patrimônio público para o empresariado.
Dos 879.431 votos coletados em dois meses de consulta, somente 0,014% se manifestou favorável a privatização e 0,011% se absteve. A votação se encerrou no dia 5 e a contagem foi divulgada na quinta-feira (16).
Além da dar voz a população, o Plebiscito também foi fundamental debater com o povo os problemas enfrentados com as privatizações, entre eles o encarecimento da tarifa, a piora dos serviços e as demissões em massa.
Agora, os números do Plebiscito serão encaminhados à Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) e a Câmara Municipal de São Paulo, onde foi criada uma comissão para estudar os impactos da venda da Sabesp na capital paulista.
“O plebiscito foi muito positivo e envolveu muita gente. Quase um milhão de votos, além é claro de todos que se envolveram para que ele ocorresse”, afirma Narciso Soares, vice-presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.
“Foi um movimento muito forte e que ajudou na luta contra a privatização e na batalha de exigir que o governo faça um plebiscito oficial”, conclui.
Greve unificada
Após o plebiscito, o próximo passo da campanha contra as privatizações é a greve unificada dos trabalhadores da Sabesp, Metrô, CPTM, servidores públicos e professores, que está programada para o dia 28.
Na quarta-feira (22), metroviários e sabespianos realizarão assembleias para discutir o dia de luta. As demais categorias se organizarão durante a semana para fortalecer o movimento grevista.
“Vamos mostrar, no dia 28, que a população não vai aceitar as privatizações, principalmente neste momento em que estão tentando agilizar a privatização da Sabesp. Novamente, lutaremos em unidade”, afirma Narciso.
Reintegração, já!
Os metroviários também estão em campanha pela readmissão de oito trabalhadores demitidos, após a forte greve unificada realizada no dia 3 de outubro. As dispensas são uma manobra clara do governo na tentativa de enfraquecer o movimento.
A categoria também se mobiliza contra as perseguições políticas e ações antissindicais por parte da direção do Metrô e do governador. Neste sentido, foram realizadas audiências na Alesp e na Câmara Municipal.
Todo apoio
A CSP-Conlutas esteve presente desde as primeiras reuniões que decidiram pelo plebiscito e se orgulha de estar na linha de frente da luta contra as privatizações no estado.
Por isso, neste dia 28, é necessário que os sindicatos e demais centrais sindicais organizem as categorias. Somente a luta organizada será capaz e derrotar Tarcísio e seus planos de entrega do patrimônio público.
A mesma receita serve para enfrentarmos as privatizações que estão na lista do governo Lula, como o metrô do Recife e de Porto Alegre. Vamos juntos denunciar este crime contra a população!