A greve na USP ganha cada vez mais adesões e vê o aumento da unificação da luta. Na quarta-feira (20), os professores da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) decidiram pela paralisação das aulas até a próxima terça-feira (26), em apoio à greve estudantil que acontece no curso e em outros campis da universidade.
Funcionários da USP também se solidarizaram com a luta dos estudantes e nesta quinta-feira (21) apoiaram a manifestação unificada realizada em frente ao portão 1 do campus da capital e em frente à reitoria. A mobilização reuniu vários centros acadêmicos, entidades e organizações sindicais e políticas.
O Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), que é filiado à CSP-Conlutas, também realizou várias reuniões nas unidades com os funcionários, algumas com a participação dos estudantes, para discutir as demandas do movimento.
O sindicato realiza assembleia no próximo dia 27 para discutir a mobilização na categoria que também tem reivindicações na campanha pelo ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) e uma eventual adesão ao dia de paralisação contra as privatizações do governo Tarcísio, no dia 3/10.
Mobilização dos estudantes
A greve dos estudantes, iniciada pelos alunos do curso de Letras da FFLC na segunda-feira (18), também continua ganhando força e mais adesões. A greve unificou dezenas de outras faculdades da USP. Segundo informe do movimento, mais de 30 cursos e institutos já aprovaram greve ou realizaram paralisação na quarta (21).
Há ainda mais cinco cursos ou institutos que farão assembleia para decidir sobre a greve ou paralisação até o próximo dia 25/9, entre as quais a FAUD, Química, Poli, Sanfran e FEA. A APG-USP (Associação dos Pós-Graduandos) aprovou apoio à luta.
Primeira negociação
Fruto da mobilização, nesta quinta-feira (21), ocorreu uma primeira reunião entre os estudantes e a reitoria, em que foi protocolada a pauta de reivindicações do movimento.
Segundo informou o CAELL (Centro Acadêmico de Estudos Linguísticos e Literários Oswald de Andrade), a reitoria ficou de marcar uma nova reunião até o dia 28 e a primeira questão a ser discutida será a contratação de professores, que está no centro das reivindicações da luta de estudantes e docentes da USP.
Pelo atendimento de todas as reivindicações! Todo apoio!
A exigência de contratação de professores é uma das principais. O déficit de docentes na USP ameaça várias habilitações do curso. Protestos ocorrem já desde o início do ano, mas são ignorados pela direção e pela reitoria, segundo denuncia os alunos, bem como o Sintusp.
Na FFLCH, os estudantes estimam uma falta de, pelo menos, 100 profissionais.
Sem a reposição dos docentes, a situação é que alunos que cursam habilitações como japonês e coreano, por exemplo, não conseguirão se formar. A situação, inclusive, não é exclusiva do curso de Letras e atinge outras faculdades da universidade. Reportagem do Estadão aponta a perda de 800 docentes em uma década e cursos com aulas canceladas.
Outra reivindicação feita pelos alunos trata-se de condições para a garantia da permanência estudantil, que visa atender os estudantes mais carentes. Os estudantes denunciam ainda o caráter privatista no processo de desmonte imposto à universidade.
A CSP-Conlutas afirma todo apoio e solidariedade à luta dos estudantes de Letras e de toda a USP, bem como aos trabalhadores e docentes da universidade!
Pelo atendimento de todas as reivindicações!
Não à privatização! Por uma universidade pública, gratuita, de qualidade!