A mobilização provocada pelo Plebiscito Contra a Privatização da Sabesp, Metrô e CPTM, em São Paulo, só aumenta. Esta semana será agitada com atos e passeatas ocorrendo em diferentes cidades. A votação também segue a mil, na capital e no interior do estado.
O plano é mostrar para o governador bolsonarista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), quem realmente manda. O povo já mandou o recado de que não aceitará a entrega do patrimônio público para enriquecer “meia dúzia” de empresários.
Na quarta-feira (27), uma manifestação com passeata ocorreu em São José dos Campos, no Vale do Paraíba. Lá, sindicatos, partidos políticos de esquerda e movimentos sociais protestaram juntos em uma caminhada pelo centro da cidade.
Na região, diversas entidades, como o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, filiado à CSP-Conlutas, têm urnas instaladas em suas sedes. O plebiscito ocorrerá até o dia 5 novembro.
Na capital paulista, a mobilização irá ocorrer na quinta-feira (28). A concentração para a passeata será às 6h30, no bairro Vila Rubi, no extremo sul. Aliás, realizar atividades nas periferias da cidade tem sido uma marca deste plebiscito.
O movimento Brasilândia Nossas Vidas Importam, por exemplo, disponibilizou, no sábado (23), urnas para que a população da Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo, também pudesse participar do plebiscito.
“O plebiscito está muito bom. Temos várias entidades levando o movimento. Sindicatos, movimentos por terra e moradia, associações, também nas escolas e nas igrejas”, afirma Narciso Soares, vice-presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.
“A resposta da população tem sido excelente. O apoio é muito grande. É algo que tem superado nossas expectativas e a ampliação do prazo do plebiscito até novembro irá garantir que a gente possa atingir um número ainda maior da população”, conclui.
Trabalhadores da Sabesp decidirão sobre greve unificada
Os trabalhadores e trabalhadoras da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) realizam uma assembleia virtual nesta terça-feira (26). O objetivo é decidir se a categoria irá se somar à greve unificada contra as privatizações no dia 3 de outubro.
Os ferroviários e metroviários já aprovaram a paralisação como forma de pressionar o governo do estado à desistir do plano de venda da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e do Metrô.
A Sabesp também está no plano de privatizações de Tarcísio, que, ao longo do ano, reiterou em diversas ocasiões seu desejo de entrega-la à iniciativa privada. Os estudos para a privatização da água já estão sendo realizados pela IFC (International Finance Corporation)
Sob suspeita
Segundo o jornal Folha de São Paulo, veiculado no último domingo (24), o governo de São Paulo firmou acordo com a IFC sem licitação. A publicação fala sobre os estudos encomendados para a privatização do Metrô e da Sabesp.
O Ministério Público de Contas irá investigar os contratos que, juntos, superam os R$ 105 milhões. A quantia utilizada para o pagamento da empresa é proveniente dos cofres públicos do estado, ou seja, dinheiro do povo.
Site organiza campanha
O Plebiscito contra as privatizações possui um site oficial (contraaprivatização.com). No endereço eletrônico você pode conferir os locais em que se encontram todas as urnas fixas na capital e no interior do estado.
Também é possível ajudar na organização da campanha. Caso queira levar uma urna até seu bairro, escola, igreja ou outro local, acesse o site para saber como se cadastrar para a retirada da urna.
Contra as privatizações
Em São Paulo e em todo o país, a CSP-Conlutas está na linha de frente contra as privatizações e contra qualquer plano que restrinja o acesso da classe trabalhadora a um serviço público de qualidade.
Neste sentido, a cobrança sobre o governo Tarcísio será também feita a Lula, que articula uma nova lei para as PPP’s (Parceria Público Privado) e o Arcabouço Fiscal, que limita investimentos em setores cruciais como a Saúde e Educação.