Trabalhadores do Metrô, CPTM e Sabesp se preparam para dar mais um passo importante na luta contra a privatização. Na próxima terça-feira (5), será realizado o lançamento do plebiscito popular contra o plano do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de venda das estatais.
A atividade será realizada às 18h, na quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo, na capital paulista, dará o primeiro passo de uma grande campanha. O plano é ter centenas de urnas em locais públicos e recolher votos contrários à privatização para mostrar para Tarcísio que a população não apoia a entrega do patrimônio público.
Como um bom bolsonarista, Tarcísio já declarou que pretende entregar à iniciativa privada todas as linhas do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), bem como o tratamento e distribuição da água realizados pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo.
Por isso, representantes das categorias afetadas, bem como centrais sindicais, partidos políticos e movimentos sociais tem se reunido desde meados de julho para a elaboração de uma agenda de luta. Após o plebiscito, o plano é organizar, em outubro, uma greve unificada nos setores.
“O plebiscito será muito importante porque vai fazer a população ter contato mais direto sobre o debate da privatização dessas empresas”, afirma Narciso Soares, vice-presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo. “O povo de São Paulo é o verdadeiro dono dessas empresas, que são patrimônio público”.
Mobilizações
Para ir esquentando o clima de mobilização, as categorias têm feito ações semanalmente para conscientizar a população de São Paulo. Os metroviários, por exemplo, realizam atos nas principais estações e panfletam materiais que denunciam como a privatização faz mal aos direitos da população, em especial os mais pobres.
Trabalhadores da Sabesp, CPTM, e Metrô também levaram a mobilização para Brasília, onde tiveram a companhia dos trabalhadores do metrô de Recife e de Porto Alegre. Nestas cidades eles também sofrem com a privatização, mas a mando do governo Lula que pretende vender a CBTU (Companhia Brasileira de Transporte Urbano).
“Em nível nacional tivemos a privatização do Metrô de Belo Horizonte. Nem mesmo os trinta dias de greve foram capazes de chamar a atenção de Lula. Os trabalhadores no Recife também enfrentaram o governo na campanha salarial com o eixo contra a privatização. Haddad já afirmou que a PPPs (Parceria Publica peivada) vão voltar mais forte”, explica Narciso.
“Infelizmente o governo de São Paulo e o governo Federal atuam pra privatizar os transportes”, conclui.
Luta é do povo
Na entidades que compõe a campanha alertam para os efeitos da privatização, seja no fornecimento de água e esgoto, ou no transporte de passageiros sobre trilhos.
Nos dois casos, o aumento nas tarifas são uma realidade. A prova está nos demais estados que já privatizaram. No Rio de Janeiro, por exemplo, tanto o transporte quanto a água não são mais de controle do estado e as taxas pagas pelo povo deram um salto após a privatização.
Segundo o Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo), após a privatização da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro), o aumento nas contas de água chegou a marca de 300%, isso faz com que o carioca pague na média 71% a mais que o paulista.
Também são comuns as falhas que levam à interrupção do serviço. O último caso ocorreu na semana passada. Após o aparecimento de uma grande mancha ter aparecido na água de uma estação de tratamento. A retomada para todas as cidades levou 72h.
Infelizmente, está também é a realidade nas linhas do Metrô e da CPTM que já foram entregues para a iniciativa privada. Os trechos operados pela concessionária Via Mobilidade são os recordistas de acidentes e falhas.
A situação em 2022 foi tão caótica, que o Ministério Público de São Paulo deu a recomendação ao governo estadual para o rompimento do contrato estabelecido com a operadora, após graves acidentes que deixaram inclusive vítimas fatais.
Contra as privatizações
Em São Paulo e em todo o país, a CSP-Conlutas está na linha de frente contra as privatizações e contra qualquer plano que restrinja o acesso da classe trabalhadora a um serviço público de qualidade.
Neste sentido, a cobrança sobre o governo Tarcísio será também feita a Lula, que articula uma nova lei para as PPP’s (Parceria Público Privado) e o Arcabouço Fiscal, que limita investimentos em setores cruciais como a Saúde e Educação.