No início de 2022, depois de dois anos de uma pandemia que vitimou quase um milhão de pessoas no nosso país, na USP muitos dos nossos companheiros de luta também perderam a vida. Isto nos obrigou obrigando a rever protocolos sanitários e formas de trabalho para exigir o mínimo, que é a atenção às nossas vidas. Entretanto, fomos surpreendidos com a abertura de um processo administrativo (PAD) contra uma das nossas trabalhadoras, a companheira Barbara Della Torre, que trabalha no HU, é diretora do SINTUSP e representante dos funcionários no Conselho Universitário.
O PAD tinha como intuito punir com demissão a companheira Babi por defender os direitos dos trabalhadores. Isso porque, na pandemia, a superintendência do Hospital, a cargo o Paulo Ramos Margarido, e o reitor Vahan Agopyan, não garantiram sequer o mínimo de condições de trabalho, além dos atrasos em garantir medidas voltadas para a proteção dos funcionários das unidades de ensino e operacionais que não eram da saúde, especialmente em relação aos trabalhadores efetivos e terceirizados do HU.
Não havia máscaras, EPIs, pessoas com comorbidades, mais vulneráveis a desenvolverem quadros graves e a morrerem por causa da covid-19, não foram afastadas; trabalhadoras terceirizadas da higienização e limpeza foram demitidas; reduziram o quadro de funcionários e até vacinação a reitoria tentou negar a essas trabalhadoras. Como diretora do Sintusp, Babi esteve lutando por cada uma dessas demandas para os trabalhadores e para os terceirizados.
Defender as reivindicações eram parte de uma ampla campanha por condições de trabalho e atendimento da população levada à frente pelo Sintusp, pela Adusp, e diversas entidades e segmentos da universidade e dos moradores. Tais denúncias foram encampadas por congregações de faculdades e parlamentares, e, por darem voz a essas denúncias, a USP tentou calar os trabalhadores perseguindo e punindo uma de suas representantes.
Nesses quase dois anos de abertura desse absurdo processo, que se tratava de uma clara perseguição política e atitude antissindical contra as entidades classistas e seus lutadores, foi lançado um Manifesto Contra a Ameaça de Demissão, que contou com mais de mil assinaturas de entidades, intelectuais, professores, sanitaristas e juristas denunciando o absurdo.
O Manifesto chegou em praticamente todos os estados do país. No Hospital Universitário, o apoio dos colegas de Babi se via amplamente nas panfletagens e em todos os setores onde muitos testemunharam a luta em defesa da vida dos trabalhadores e dos usuários do hospital. E vencemos graças a força da luta dos trabalhadores e das trabalhadoras!
O processo foi finalmente arquivado e a companheira absolvida, sendo reconhecida como uma grande lutadora do nosso Sindicato na defesa dos trabalhadores. O anterior, processo movido contra outros lutadores do HU, também já haviam sido arquivados. Essa vitória é de cada um de nós, trabalhadores desta universidade, que denunciamos os desmandos da reitoria em defesa da universidade e das nossas condições de vida e de trabalho. A reitoria teve que reconhecer a nossa força.
Essa enorme vitória é parte da luta contra o desmonte do HU e dos aparelhos de saúde. É parte da defesa de uma universidade pública a serviço dos trabalhadores e do povo pobre. Seguimos em frente com nossa luta, impulsionando também o Manifesto contra a Terceirização e Precarização do Trabalho que é um potente instrumento para unir os trabalhadores contra os abusos dos patrões e dos governos.
E que fique claro que nenhum lutador fica pra trás!
Mexeu com uma, mexeu com todos!
Assine o Manifesto: bit.ly/AssineContraPrecarizacao