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Movimento Negro: em todo país, atos denunciam violência policial e o racismo

Em resposta a série de chacinas que ocorreram no último mês nos estados da Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, movimentos negros de todo o país realizaram, na quinta-feira (24), um dia de luta nacional pelo fim da violência policial e o racismo.

A escolha pelo dia 24 é simbólica. A data marca os 141 anos da morte do advogado negro e abolicionista Luís Gama. Nas marchas realizadas em 19 estados, o discurso era o mesmo: é preciso pensar uma nova segurança pública e dar um basta na matança de jovens negros que acontece nas periferias brasileiras.

“O dia de hoje é pra denunciar o genocídio que ocorre contra a população preta e que é disfarçado de guerra às drogas”, afirma Gabriel Amenor, integrante da juventude Rebeldia, movimento filiado à CSP-Conlutas.

“Para eles é assim, não importa quem cometeu o crime. Eles não querem debater as políticas públicas, o sistema penitenciário ou como a estrutura age contra os pobres. Nós precisamos fazer esse debate e apresentar uma saída socialista”, conclui.

Além de denunciar os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), do Rio, Cláudio Castro (PL) e da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), pelo comando das PM que promoveram quase 60 mortes nos últimos 30 dias, as mobilizações também homenagearam a líder quilombola Mãe Bernadete.

A Yalorixá Maria Bernadete Pacífico foi brutalmente assassinada na noite da última quinta-feira (17), dentro de casa e diante dos netos. Ela era integrante da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq) e ex-secretária de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho.

O caso é mais uma face da disputa por terras e de como o agronegócio avança sobre os povos originários. A morte de Mãe Bernadete pode estar diretamente relacionada à luta pela regularização do território quilombola onde ela vivia.

Resistir é preciso

O desenrolar das chacinas em diferentes estados e a inércia do governo Lula em relação aos casos de execuções de inocentes, ameaças e torturas cometidas por policiais contra moradores da periferia também foram lembradas nas manifestações.

“O estado brasileiro mostrou que não tem limites. O genocídio do povo, dos indígenas, negros, da classe trabalhadora, não tem limite”, explica Israel Luz, integrante do movimento Brasilândia Nossas Vidas Importam, durante a manifestação realizada na Avenida Paulista, em São Paulo.

“Se o genocídio é histórico, a resistência também é. A Cabanagem, os Malês, Canudos, todas as revoltas de nosso povo mostraram o caminho. Hoje é fundamental a gente dizer não ao genocídio e dar uma resposta aos ricos e poderosos”, conclui.

Durante todo o dia as manifestações ocorreram no Amazonas, Amapá, Acre, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. 

Jornada de Luta

Os atos realizados na quinta foram o início da Jornada de Luta dos Movimentos Negros no Brasil que deve realizar ações até o dia 20 de Novembro (Dia da Consciência Negra). Já há uma série de exigências ao STF, Ministérios Públicos Estaduais e Federal, ao Congresso e ao Governo Lula.

Entre elas destacam-se a proibição de operações policiais com caráter reativo e operações invasivas sob o pretexto do combate ao tráfico; aprovação de Lei Federal que exija câmeras em uniformes de agentes; plano Nacional de Indenização e apoio à familiares de vítimas do Estado; federalização de casos em que a incursão policial caracterize execuções e/ou chacinas e massacres; desmilitarização das polícias e o fim da guerra às drogas.

A CSP-Conlutas esteve presente nas manifestações que ocorreram em todo o país e reitera a necessidade das demais centrais sindicais e movimentos populares somarem as fileiras da luta com independência de classe frente aos governos. Somente desta forma será possível defender, de fato, os interesses do povo.

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