A Ocupação dos Queixadas, em Cajamar (SP) receberá uma inspeção judicial no dia 1º de setembro. A decisão do juiz que acompanha o caso foi divulgada na semana passada, após reunião realizada entre representantes da comunidade e o Gaorp (Grupo de Apoio às Ordens Judiciais de Reintegração de Posse).
O momento é considerado muito importante para os moradores do bairro, uma vez que as autoridades poderão conhecer a realidade das famílias, bem como o interesse da ocupação de garantir moradia digna a todos.
“Nesse mundo injusto que a gente vive, aquele que tem a caneta na mão e pode decidir sobre os rumos de mulheres, homens e crianças… Na maioria das vezes só nos enxergam como um número de processo… Mas, com a visita do juiz no nosso território teremos uma oportunidade importante para que ele nos conheça e veja que somos pessoas de carne e osso”.
A frase acima foi retirada da nota emitida pela Ocupação dos Queixadas através do movimento Lula Popular, que é filiado a CSP-Conlutas. “Quem pisa os pés aqui no nosso bairro vê que a única solução é buscar uma alternativa de moradia para a Ocupação dos Queixadas!”, conclui o texto.
Além disso, o juiz também determinou que a Prefeitura de Cajamar apresente algum plano de realocação para as famílias, em parceria com o governo do estado ou não.A medida é fruto da mobilização da comunidade que exigiu o envolvimento da Secretaria de Habitação do Estado de São Paulo. O objetivo é criar caminhos para a regularização da área.
Depois de estudar o caso, a Secretaria tem propostas pra apresentar a Prefeitura de Cajamar, com possibilidades de atendimento para as famílias dos Queixadas. No entanto, o governo da cidade não deu retorno, até o momento.
Os moradoras da Ocupação dos Queixadas temem que o Paço Municipal “lave as mãos”sobre a situação e simplesmente forneça abrigo provisório, sem uma solução efetiva e permanente.
“Ninguém ocupa porque quer, ocupa por necessidade. E se não houver um caminho para o direito a uma moradia digna, além do conflito social de um despejo, o problema só vai se deslocar pra outro lugar, seja ocupando uma nova área, seja morando debaixo da ponte”, conclui o comunicado.