Os números do Censo 2022 ajudam a entender a realidade cruel da cidade de São Paulo quando o assunto é a falta de moradia digna para a população pobre.
Segundo o estudo elaborado IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), há na maior cidade da América do Sul quase 600 mil imóveis desocupados.
Em contrapartida, estima-se 400 mil famílias não tem moradia digna. Estas vivem em ocupações de forma precária e à mercê das condições climáticas e outros problemas.
“Quem dita o uso das casas é o mercado, a especulação imobiliária e o lucro, e não a necessidade das pessoas”, afirma a nota divulgada pelo Luta Popular, filiado a CSP-Conlutas.
O movimento ainda defende que a realidade poderia ser transformada se o poder público agisse para garantir condições de moradia aos mais pobres.
“Enfrentar grandes proprietários, os bancos, os ricos e as empresas imobiliárias, desapropriando imóveis vazios pra garantir que sejam destinados a quem precisa, fazendo eles pagarem mais imposto conforme não usar o imóvel, controlar o preço dos aluguéis, garantir áreas da cidade que sejam destinadas só pra moradia de baixa renda”, diz trecho do comunicado.
A última pesquisa do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (POLOS-UFMG), divulgada em abril deste ano, apontou que São Paulo tem aproximadamente 52 mil pessoas morando nas ruas.
Ou seja, há pelo menos 10 vezes mais imóveis vazios do que pessoas tendo de sobreviver nas ruas da capital paulista sem qualquer tipo de proteção.