Uma manifestação em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, escancarou o nível elevado de violência política que existe no país por parte da extrema direita bolsonarista.
No domingo (16), durante um ato que pedia a volta do voto impresso ao Congresso Nacional, uma jornalista do veículo O Vale registrou ameaças de morte à simpatizantes da esquerda.
Um dos participantes do ato diz que é capaz até de matar alguém da própria família para combater o ‘Comunismo’.
“Você quer saber cara? Já falei pro meu pai e pra minha mãe, eu não tenho medo não, dou até um tiro no meu irmão se for preciso”, afirma o bolsonarista na gravação.
Quando perguntado se gostaria de assinar o documento pelo voto impresso, outro radical afirmou que não acredita em métodos pacíficos e completa: “Se tiver que dar um tiro num esquerdista no meio da noite eu vou dar”.
A reportagem que cobria o ato e gravou os áudios foi perseguida, ameaçada e agredida dentro do parque.
A ANJ (Associação Nacional de Jornais), por meio de nota, condenou o ataque, que é uma violência contra a liberdade de imprensa e a democracia.
“É preciso investigar e punir este discurso da extrema direita que visa acabar com a organização dos trabalhadores. Eles defendem um mundo sem direitos trabalhistas, sociais e sem liberdades democráticas. Um regime autoritário”, afirma Antônio Macapá, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e integrante da Executiva Estadual da CSP-Conlutas.
Efeito Bolsonaro
Em quatro anos de governo Bolsonaro a violência política cresceu exponencialmente. O mesmo ocorreu com as manifestações antidemocráticas, que tiveram seu ápice na tentativa de golpe no dia 8 de janeiro.
A CSP-Conlutas defende que é necessário pressionar as autoridades brasileiras pela prisão do ex-presidente. Tornar Bolsonaro inelegível só não basta. É preciso punir devidamente aqueles que atentam contra as liberdades democráticas.