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Tarcísio quer fazer saldão nas linhas de metrô e trem. É preciso barrar!

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) quer fazer jus a sua fama de destruidor de empresas públicas, papel que exerceu quando foi ministro de Bolsonaro. Em sua mira agora estão o Metrô e a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

A informação divulgada pela Folha de São Paulo na última semana dá conta de que o político bolsonarista quer entregar à iniciativa privada todas as linhas de metrô e trens ainda operadas pelo estado.

No Metrô, o plano envolve abrir mão dos três trechos que mais transporta passageiros por ano: linha 3-vermelha (300 milhões), linha 1-azul (296 milhões) e linha 2-verde (167 milhões), além da linha 15-prata (monotrilho).

Já há um estudo encomendado por Tarcísio para a concessão das linhas de trens. São elas: linhas 10-turquesa, 11-coral, 12-safira, 13-jade, além da futura linha 14-ônix, que fará a ligação com Guarulhos, na Grande São Paulo.

Na contramão

O desejo privatista de Tarcísio vai na contramão das recomendações do Ministério Público. O órgão recomendou no começo deste ano o rompimento do contrato com a ViaMobilidade, empresa privada que administra parte das linhas do metrô e trens.

A posição do MP foi baseada na situação caótica que se estabeleceu no último período. As falhas são constantes e acidentes, inclusive com vítimas fatais, são registrados. A situação de descaso tende a agravar caso o governador venda o que resta das linhas aos empresários.

“Como as empresas privadas querem o lucro ao máximo, além de ganhar dinheiro do estado, eles farão menos treinamento e trabalharão com menos pessoas, como já ocorre nas linhas 8 e 9 dos trens em São Paulo, operadas pela ViaMobilidade”, explica Altino Prazeres, metroviário e integrante da Executiva Nacional da CSP-Conlutas.

“Com menos funcionários, menos treinamento e menos qualificação, haverá uma piora no sistema, no atendimento à população e, com certeza na qualidade do trabalho para os trabalhadores. O trabalhador ganhará muito menos”, conclui.

As PPP’s e o roubo do estado

Altino ainda alerta para o prejuízo causado ao estado pelas privatizações no transporte. As PPP’s (Parceria Público Privado) são grandes esquemas para drenar recursos financeiros dos cofres públicos com destino às contas dos empresários do setor.

Isso ocorre através de diversos mecanismos nos contratos de prestação de serviço. A tarifa paga pelo estado à ViaMobilidade na linha 4-amarela, por exemplo, já passou dos R$ 6, valor acima dos R$ 4,40 cobrados do usuário. 

“Além do dinheiro do usuário, essas empresas recebem uma quantia enorme do estado. Recebem uma tarifa de acordo com a inflação, mesmo sem o aumento do bilhete, e ainda tem o valor mínimo de usuários garantido pelos cofres públicos”, explica Altino.

A lei das PPP’s foi implementada em São Paulo por Fernando Haddad, atual ministro da Fazenda do governo Lula. O petista já prometeu apresentar um novo texto trazendo ainda melhores condições ao empresariado em uma “Super PPP”. 

Campanha

O Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo está em campanha permanente contra a privatização. Este foi um dos principais temas debatidos com trabalhadores e população durante a greve realizada em março e também na última campanha salarial.

“A luta contra o plano de privatização e terceirização, que levará à piora na qualidade do transporte oferecido à população, vai continuar”, afirmou Narciso Soares, vice-presidente do Sindicato, durante a assembleia que encerrou a campanha salarial na última semana. 

“Precisamos de mais contratações e melhores condições de trabalho para os metroviários, terceirizados e todos envolvidos no serviço prestado à população. A luta contra a privatização é necessária para não colocar a população em risco”.

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