A luta dos trabalhadores da Avibras chegou à LAAD Defence & Security, feira internacional de Defesa e Segurança, que começou nesta terça-feira (11), no Rio de Janeiro (RJ). O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região realizou um protesto em frente ao evento, no Riocentro.
Os trabalhadores estão há seis meses sem salário e também lutam contra a venda da Avibras para grupos estrangeiros. A empresa é uma das participantes da LAAD, considerada a mais importante feira do setor de Defesa na América Latina.
O protesto foi organizado pelo Sindicato para chamar a atenção de autoridades brasileiras e internacionais. Sem receber salários, profissionais especializados, que participam inclusive de programas estratégicos das Forças Armadas Brasileiras, estão sendo obrigados a recorrer a trabalhos informais.
A Avibras possui cerca de 1.400 trabalhadores e produz mísseis, lançadores de foguetes, veículos blindados, bombas inteligentes, sistemas de comunicação por satélite e Veículos Aéreos Não Tripulados. Toda essa tecnologia pode ser transferida para outros países, caso a fábrica seja vendida.
Empresas da Alemanha e Emirados Árabes já demonstraram interesse na aquisição da Avibras, conforme noticiado por parte da imprensa. A venda representará a perda de décadas de conhecimento e colocará sob ameaça a soberania nacional do setor de Defesa.
O Sindicato defende que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) proíba a venda e dê início imediato ao processo de estatização. Uma carta já foi enviada pelo Sindicato ao presidente, aos ministérios da Defesa e do Desenvolvimento e ao Comando do Exército Brasileiro, com pedido de reunião para discussão sobre o futuro da Avibras e dos trabalhadores.
A direção da própria Avibras já confirmou, em nota oficial, que está em busca de investimentos diretos de empresas estratégicas.