Uma feira de universidades israelenses na Unicamp, em Campinas (SP), foi suspensa na tarde desta segunda-feira (3) após protestos de ativistas pró-Palestina denunciarem parceria da universidade com Israel.
O evento aconteceria na área da comissão organizadora dos vestibulares (Comvest).
Bandeiras da Palestina e faixas com a defesa de “Palestina livre” e a reivindicação de “Unicamp – território livre de apartheid” compuseram o protesto que chamou atenção na Unicamp.
As denúncias já vinham a público desde a semana passada quando foi comunicada a manutenção da feira pela reitoria da universidade. Diante da decisão, a Fepal (Federação Árabe Palestina) no Brasil encaminhou um abaixo-assinado solicitando o cancelamento.
De acordo com a Fepal, as universidades israelenses anunciadas para participação na feira estão ligadas ao regime de apartheid de Israel, principalmente por gerar conhecimento e tecnologias aplicadas na Palestina ocupada.
Integrante da Frente Nacional Em Defesa da Palestina, Soraya Misleh, da CSP-Conlutas publicou artigo na sexta-feira (31) em que denuncia atitude da Unicamp ao realizar a atividade:
“Na contramão da solidariedade internacional, contudo, a Unicamp reafirma que suas portas estão abertas ao apartheid israelense. Isso enquanto o projeto colonial sionista aprofunda a limpeza étnica, tendo assassinado apenas nos três primeiros meses do ano mais de 90 palestinos, entre os quais crianças, somente na Cisjordânia ocupada. Normalização e cumplicidade vergonhosas com o apartheid decorrente da contínua Nakba (catástrofe palestina cuja pedra basilar é a formação do Estado racista de Israel em 1948), que maculam a imagem da quinta melhor universidade da América Latina e segunda do Brasil”, reforça.